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Motoristas de TVDE já superam taxistas em Lisboa e Porto
No final de janeiro, as plataformas de transporte como a Uber, Bolt, Cabify ou Kapten tinham 23.167 pessoas ao serviço em todo o país, embora metade delas esteja concentrada na região da capital.
O número de taxistas (25.677) em Portugal ainda supera o de motoristas de Transportes de Passageiros em Viaturas Ligeiras Descaracterizados (TVDE), que totalizam 23.167 e que já são maioritários nos dois maiores distritos do país.
Segundo os dados cedidos à TSF pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), na zona de Lisboa há 12.436 pessoas ao serviço da Uber, Bolt, Cabify ou Kapten, num total de sete operadoras, representando mais de metade dos registados a nível nacional.
Enquanto na região da capital portuguesa superam em 32% o número de taxistas, na área metropolitana do Porto a diferença entre eles é de 18%, havendo no final de janeiro deste ano um total de 3.927 motoristas a trabalhar para estas empresas assentes em plataformas digitais.
"Não é bom para ninguém, sobretudo para os motoristas, pois haverá mais carros que clientes. (…) Alguns motoristas, em jeito de brincadeira, costumam dizer que quando éramos ilegais tínhamos mais rendimentos do que hoje", reagiu à mesma rádio o dirigente do Sindicato dos Motoristas TVDE, António Fernandes.
No início de janeiro, através der vários grupos nas redes sociais, os motoristas da Uber convocaram uma ação de protesto contra a redução dos preços praticados pela plataforma eletrónica, contestando uma alteração que iria diminuir "para níveis insustentáveis" a margem de lucro por viagem destes motoristas.
Para ser parceiro e ter automóveis ao serviço das plataformas é obrigatório constituir uma empresa, pois a lei só permite a atividade a pessoas coletivas, sujeitas a uma licença do IMT (válida por 10 anos) para poderem operar. Também os motoristas, a título individual, estão obrigados a ter a sua atividade certificada pelo mesmo instituto, depois de uma formação mínima de 50 horas.
Em sede de Orçamento do Estado, com entrada em vigor a partir de 1 de março, foi aprovada uma medida, que exclui as operadoras TVDE, para que os empresários do setor dos táxis possam deduzir o IVA na gasolina, equiparando esses veículos aos automóveis a gasóleo.