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Metrobus do Porto vai ter oito paragens entre a Boavista e a Foz

A ligação de oito quilómetros entre a Praça Mouzinho de Albuquerque e a Praça do Império vai ser feita por veículos a hidrogénio a partir de 2024. Investimento de 66 milhões de euros para média diária superior a 31 mil clientes.

06 de Julho de 2021 às 11:55
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O primeiro-ministro, António Costa, lançou esta terça-feira, 6 de julho, o concurso público internacional de conceção e construção de um BRT ("Bus Rapid Transit") que vai ligar a Rotunda da Boavista (Praça Mouzinho de Albuquerque) e a Praça do Império, no Porto.

 

Esta nova linha vai ter uma frequência de cinco minutos em hora de ponta e ligar os dois extremos em 15 minutos, com um tempo de paragem em cada estação de 30 segundos. A Metro do Porto estima que possa acrescentar à rede uma média diária superior a 31 mil clientes (mais de 11 milhões de validações por ano).

 

Com frequências idênticas às do metro e servido por veículos articulados com lotação entre 180 e 220 passageiros, o futuro serviço de transporte terá capacidade para transportar perto de 4.400 pessoas por hora e sentido, o que compara com a atual capacidade máxima do Metro do Porto de 9.000 pessoas.

 

O traçado de oito quilómetros (quatro em cada sentido) vai contar com oito novas estações à superfície: Casa da Música, Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império. As três últimas, na Avenida Marechal Gomes da Costa, já estão adjudicadas ao arquiteto Álvaro Siza Vieira, por convite direto.

 

De acordo com o plano apresentado esta manhã no Parque de Serralves, o trajeto inclui ainda a construção de uma rotunda no cruzamento da Boavista com a Marechal Gomes da Costa, e ainda a supressão de uma faixa de rodagem na Praça do Império e na Rotunda da Boavista.

Este investimento não é só para animar a economia hoje, mas também para ter um futuro mais sustentável. António Costa, primeiro-ministro



Presente nesta cerimónia, o primeiro-ministro, António Costa, declarou que este investimento "é uma peça de um puzle" e que não avança apenas porque há fundos disponíveis através da bazuca europeia – que direciona perto de 6 mil milhões de euros para esta área –, mas "integrado numa estratégia de descarbonização e de combate às alterações climáticas".

"Se queremos recuperar a economia e reduzir o desemprego hoje, temos de investir naquilo que vai mudar a cidade, a região e o país nas próximas décadas. Não é só para animar a economia hoje, mas também para ter um futuro mais sustentável", resumiu o governante, acrescentando que "a recuperação tem de estar em ação" e que Portugal tem de ter "a ambição de ser o melhor a executar o PRR".

Movida a hidrogénio até 2023

 

Após a adjudicação do concurso público agora lançado, que se estima estar concluído no final deste ano, a empreitada de conceção e construção tem um prazo de execução global de 20 meses, dos quais 18 são reservados à obra. Ou seja, prevê-se que até 31 de dezembro de 2023 estará em operação.

 

O investimento desta empreitada é de 45 milhões de euros, a que acresce o valor relativo ao fornecimento dos veículos para a frota BRT e ao equipamento de apoio à operação – como o sistema de carregamento a hidrogénio –, num investimento global de 66 milhões de euros. O projeto já se encontra orçamentado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

 

A frota será composta por oito composições articuladas (seis para a operação regular e dois para reserva) de 18 metros de comprimento e movidas a pilhas de hidrogénio. Similares aos do metropolitano, estes veículos rodam sobre pneus e não requerem, por isso, o uso de catenárias para alimentação energética e dispensam também a instalação dos postes.

 

8Veículos
A nova linha de metrobus no Porto vai contar com um total de oito composições movidas a pilhas de hidrogénio. 



Na cerimónia de lançamento do concurso, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, ressalvou que o metrobus "não é o parente pobre" do sistema de transportes. O presidente da Câmara, Rui Moreira, salientou que "vai tirar muito do transporte individual que percorre este eixo", ligando também à futura Linha Rosa do metro, e justificou que a alternativa do Campo Alegre exigiria uma "profunda alteração da envolvente".
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