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IP passa de prejuízos a lucros de 14 milhões em 2021
A Infraestruturas de Portugal, que em 2020 teve prejuízos de 56 milhões, voltou a terreno positivo no ano passado, designadamente com o aumento da receita da Contribuição do Serviço Rodoviário. Já a receita de portagem recuou 5% devido as descontos introduzidos em julho.
A Infraestruturas de Portugal (IP) registou em 2021 um resultado líquido positivo de 14 milhões de euros, depois de em 2020 ter apresentado prejuízos de 56 milhões. De acordo com o comunicado à CMVM, o EBITDA aumentou 12% face a 2020, somando 497 milhões de euros.
De acordo com a empresa pública, esta evolução deveu-se principalmente ao aumento do rendimento com as principais receitas, designadamente, da Contribuição do Serviço Rodoviário (mais 52 milhões do que em 2020) e da Tarifa de Utilização da Infraestrutura Ferroviária (mais 5 milhões).
"A redução do impacto da pandemia Covid-19 sobre o nível de utilização da infraestrutura rodoferroviária sob gestão da IP durante ano de 2021, face a 2020, foi determinante para o aumento daqueles rendimentos, apesar de ainda não se terem atingido os níveis de utilização de 2019", refere a empresa na apresentação das contas do ano passado.
Já a receita de portagens registou uma diminuição de 5%, equivalente a uma quebra de 15 milhões de euros, para 264,2 milhões de euros, "apesar do aumento da utilização da infraestrutura", diz a IP, que atribui o recuo à "introdução nas autoestradas ex-Scut, em 1 de julho de 2021, do novo regime de descontos", de 50% nas tarifas de portagem.
A IP salienta ainda o aumento em 2021 do nível de intervenções na infraestrutura face ao registado em 2020, com o gasto com as atividades de conservação das redes rodoviária e ferroviária a ascender a 196 milhões, mais 5% do que em 2020.
Relativamente ao resultado financeiro verificou-se uma melhoria de 24 milhões de euros, "cujo principal contributo se deve à redução de 21 milhões na componente dos juros afetos às subconcessões, em virtude da descida do passivo associado, a que acresce a redução do impacto dos encargos financeiros associados à dívida sob gestão direta da IP em 5 milhões", explica.
"Esta evolução positiva apenas é contrariada pelo aumento dos outros gastos financeiros, de que se destacam os associados à obtenção de garantias bancárias para processos fiscais, em 2 milhões", acrescenta.
O investimento, designadamente no programa Ferrovia 2020, "permitiu atingir os 278 milhões de execução no ano, significando um crescimento de 36% face a 2020", diz ainda a IP
A dívida financeira da empresa era no final de 2021 de 4.145 milhões de euros.
No ano passado, as operações de aumento de capital da empresa ascenderam a 1.613 milhões de euros.