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Greve dos trabalhadores da CP com adesão a rondar os 95%, diz Fectrans

A greve dos trabalhadores da CP -- Comboios de Portugal registava cerca das 08:40, uma adesão a rondar os 95%, disse à Lusa José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

A CP foi o operador mais reclamado em 2020.
Manuel de Almeida/Lusa
16 de Maio de 2022 às 09:17
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"Com exceção dos comboios de longo curso que estavam nos serviços mínimos, a circulação ferroviária está praticamente paralisada de norte a sul do país. Neste momento, ainda não está feito o levantamento no que diz respeito aos trabalhadores das oficinas, mas temos uma adesão à greve a rondar os 95%", disse José Manuel Oliveira.

Por sua vez, a CP, num balanço feito à Lusa, adiantou que entre as 00:00 e as 08:00 de hoje registaram-se 235 supressões, 93% dos comboios programados, que seriam 252.

"Ontem [domingo] entre as 00:00 e as 24 horas foram suprimidos 191 comboios a nível nacional, cerca de 24% do total de circulações previstas", adiantou ainda fonte da CP.

A greve de hoje abrangeu também os trabalhadores que iniciaram o seu período de trabalho no domingo ou que iniciem o seu período de trabalho nas últimas horas de hoje e terminem na terça-feira.

No domingo, o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), sindicato que na CP representa a maioria dos trabalhadores do serviço comercial e transporte (revisores, trabalhadores das bilheteiras e as suas chefias diretas) adiantou em comunicado que até às 20:00 tinham sido suprimidos 200 comboios.

Os trabalhadores da CP -- Comboios de Portugal fazem hoje uma greve de 24 horas, para reivindicar aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores.

A decisão foi tomada no final de abril, em plenários descentralizados de trabalhadores que se realizaram no Porto, no Entroncamento e em Lisboa e foram promovidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

O coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa na sexta-feira que a decisão dos trabalhadores é "um protesto contra a intransigência do Governo e da CP, o arrastamento das negociações e os salários baixos".

"O principal motivo desta greve são os aumentos salariais, embora estejam também em causa outras matérias, como a aplicação do Acordo de Empresa da CP aos trabalhadores da antiga EMEF, para acabar com as desigualdades", disse o sindicalista.

A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma atualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Setor Empresarial do Estado e Administração Pública.

Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, "que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações".

Para os trabalhadores, "a proposta de aumento salarial de 0,9% significa, na prática, mais um ano sem aumento dos salários, com a agravante de acontecer num ano em que o custo de vida aumenta de forma galopante".



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