Da nova linha do metro do Porto vê-se o mar e, ao fim da tarde, o pôr do sol. Os 3,1 quilómetros da extensão da linha Amarela que começam em Santo Ovídio e vão até Vila D´Este, em Gaia, têm como ponto de partida um viaduto de aço e betão que arrisca tornar-se um ex-líbris da cidade.

Com cerca de 500 metros de comprimento, e à altura de um prédio de seis andares, a estrutura metálica, branca e imponente, pesa 3 mil toneladas – o equivalente a dez A380 vazios – e ainda recebeu aço de Azovstal. Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, explica ao Negócios que, depois da pandemia, a guerra na Ucrânia trouxe desafios extras à obra. O primeiro lote de aço de 1.300 toneladas vinha do complexo siderúrgico de Mariupol. Ainda foram recebidas 265 toneladas antes da invasão russa, mas o segundo fornecimento já não saiu da fábrica que acabou destruída. De uma semana para a outra foi preciso encontrar novo fornecedor, tendo uma unidade em Itália apresentado as melhores condições em termos de prazo. Só por causa dessa situação, conta Tiago Braga, o preço do viaduto aumentou 40%.