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CEO que viveu num barco testa águas desconhecidas para uma firma de super-iates

Massimo Perotti, da Sanlorenzo SpA, que é tão apaixonado pelo seu negócio que morou num dos seus barcos durante anos, não é um líder empresarial comum.

28 de Dezembro de 2019 às 20:00
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São tempos de angústia para os ricos, com políticos populistas em ascensão, tensões comerciais em alta e medo que a euforia do mercado de ações possa estar a chegar ao fim.

Portanto, pode ser surpreendente que um estaleiro de iates italiano - cujo produto mais barato custa 4,5 milhões de euros e os barcos de primeira linha sejam vendidos por mais de 20 milhões - tenha optado por abrir capital esta semana.

 

Mas Massimo Perotti, da Sanlorenzo SpA, que é tão apaixonado pelo seu negócio que morou num dos seus barcos durante anos, não é um líder empresarial comum. Mais do que duplicou as vendas anuais desde que comprou a empresa em 2005, driblando com sucesso uma crise financeira global que fez cair os gastos em produtos de luxo.

 

"O crescimento tem sido bastante notável", disse William Mathieson, diretor editorial do Superyacht Group, com sede em Londres. "Há dez anos, era visto como um fabricante secundário de super-iates, mas agora está firmemente estabelecido como uma marca que pode construir embarcações de até 70 metros - e isso coloca-os num patamar completamente diferente."

 

Um porta-voz da Sanlorenzo, em Ameglia, não quis comentar.

 

A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da empresa é vista por alguns analistas como um termómetro para o segmento de luxo. Embora os iates tenham superado jatos particulares e obras de arte nos últimos cinco anos, de acordo com a Deloitte, as preocupações com as condições económicas globais têm pesado sobre as vendas de super-iates.

 

A Sanlorenzo é "mais aspiracional" que a Ferretti, pois todos os seus iates são personalizados, disse Antonio Amendola, gestor da Acomea, no mês passado. Ainda assim, "ambas sofreriam" com uma desaceleração económica, acrescentou.


 

Antes da entrada em bolsa, Perotti vendeu ações no valor de pelo menos 115 milhões de dólares numa oferta fixada na faixa inferior do intervalo inicial. A participação restante de Perotti está avaliada em cerca de 350 milhões de dólares, de acordo com o Índice de Bilionários Bloomberg.

 

Essa fortuna rivaliza com os proprietários de estaleiros cujas empresas fabricam iates ainda maiores que a Sanlorenzo, incluindo as famílias De Vries e Lurssen, e a Azimut Benetti SpA, de Paolo Vitelli. A empresa de Vitelli lançou um super-iate de 108 metros de comprimento em Itália este ano, construído para o magnata australiano de casinos James Packer, que está equipado com cinema, sauna e lareira.

 

Trabalhando num setor em que a discrição é primordial, todos os seus concorrentes mantiveram o capital fechado - e isso só aumenta o foco na entrada em bolsa da Sanlorenzo.

 

"Estão todos a observar como vai decorrer o IPO", disse Mathieson. "Não são a primeira empresa do setor de iates a abrir capital, mas são os primeiros com um perfil tão alto."

Notícia original: CEO Who Lived on a Boat Tests the Waters for Superyacht Firm

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