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Casimiro quer afastar ex-CEO da Groundforce sem pagar indemnização
Os acionistas da empresa de “handling” vão votar esta tarde a destituição de Paulo Neto Leite, que passou a ocupar apenas funções não executivas depois de ser afastado do cargo de CEO por "total quebra de confiança".
Um mês depois de demitir Paulo Neto Leite do cargo de CEO por "total quebra de confiança", a Groundforce vai esta tarde "deliberar sobre a destituição de administrador com justa causa e efeitos imediatos com fundamento na violação grave dos deveres de lealdade e de cuidado a que estava sujeito".
É este o ponto que surge na convocatória para a reunião desta segunda-feira, 10 de maio, dos acionistas da Groundforce - Pasogal (50,1%), TAP (43,9%) e PGA (6%), citada pelo Eco, que escreve ainda que o objetivo de Alfredo Casimiro é que o antigo gestor saia sem direito a indemnizações ou prémios.
Depois de ser afastado da liderança executiva, Paulo Neto Leite, que terá chegado a negociar com o Governo a possibilidade de um "management buy out" na Groundforce, adquirindo a participação da Pasogal, manteve-se até agora como administrador não executivo. O mandato terminaria apenas no final de 2021.
Numa carta aos trabalhadores, o gestor destituído disse aceitar as consequências das suas decisões na situação de impasse que acabou por resultar num acordo com a TAP, fechado a 19 de março, em que a companhia aérea adquiriu por sete milhões de euros equipamentos da empresa de "handling", que passa a pagar pelo aluguer deste material.
Este acordo, que na altura permitiu desbloquear provisoriamente o impasse na empresa e pagar os salários em atraso aos 2.400 trabalhadores, foi fechado com três votos a favor – o de dois administradores nomeados pela TAP e o de Paulo Neto Leite –, a abstenção de Alfredo Casimiro e ainda um voto contra.
Um contrato que, no final de abril, o conselho de administração da Groundforce viria a anular, alegando que, conforme está estruturado, inviabiliza a operação da empresa que presta assistência nos aeroportos.
Este sábado, 8 de maio, o principal acionista da Groundforce anunciou, em comunicado, ter contratado o banco Nomura para assessorar a venda da participação de 50,1% da Pasogal na empresa de "handling", e pediu "especial atenção" ao possível negócio com a belga Aviapartner.