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Brisa qualificada para concurso de concessão de autoestrada na Grécia
A Brisa foi selecionada para apresentar uma proposta vinculativa pela concessão por 25 anos da autoestrada Attica. Pires de Lima diz que grupo está já a trabalhar na estrutura financeira, empenhado "em assegurar a apresentação de uma proposta competitiva".
A Brisa, que tinha já manifestado interesse no concurso para a concessão da autoestrada Attica, na Grécia, anunciou esta sexta-feira que foi selecionada pelo Fundo de Desenvolvimento de Ativos da República Helénica, para apresentar uma oferta vinculativa.
"Congratulamo-nos pelo facto da Brisa ter passado à fase final deste concurso internacional bastante exigente e seletivo. Sendo o concurso para um contrato a 25 anos, estamos desde já a trabalhar na estrutura financeira da Brisa e particularmente empenhados em assegurar a apresentação de uma proposta competitiva, além de convencidos da bondade do modelo na defesa do interesse publico", afirmou o presidente da comissão executiva da Brisa, António Pires de Lima, citado no comunicado.
Este contrato de concessão inclui o financiamento, a operação, a manutenção e a exploração da autoestrada Attica, por um período de 25 anos.
Esta infraestrutura rodoviária é uma circular com uma extensão de 70 quilómetros na área metropolitana de Atenas e constitui a espinha dorsal do sistema rodoviária da região de Attica, integrando o eixo rodoviário que faz a ligação entre as cidades de Patras, Atenas, Tessalónica e Evzoni.
Como o Negócios avançou em maio, o consórcio da Brisa e do seu maior acionista, a Rubicone, foi um dos oito interessados na nova concessão da autoestrada Attica que, em 2019, antes da pandemia, gerou receitas de 193 milhões de euros.
A Brisa, que é agora controlada em 81,1% pela Rubicone - um agrupamento internacional composto pela holandesa APG, o National Pension Service da Coreia do Sul e a Swiss Life - assumiu no ano passado, no seu plano estratégico até 2025, o desejo de voltar ao mapa da internacionalização.
A Brisa chegou a ter, durante 10 anos, uma participação na brasileira CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias, mas acabou por, em 2010, concretizar a venda dos seus 16,35% por cerca de 1,3 mil milhões de euros. Também nos EUA o grupo ganhou em 2007 uma concessão rodoviária no Estado norte-americano do Colorado, a Northwest Parkway (NWP), que vendeu em 2017 a um consórcio de fundos de investimento em infraestruturas por 660 milhões de euros.
Agora, a concessionária portuguesa entrou na corrida por uma autoestrada que serve a área metropolitana de Atenas, num concurso que, segundo fontes do setor, pode atingir os 2 mil milhões de euros.
Nesta disputa, a Brisa enfrenta a concorrência da espanhola Abertis, assim como dos consórcios da Macquarie Asset Management e da Vinci. Na corrida está ainda a Aktor Concessions e a Avax, que têm o contrato de concessão desta autoestrada até 2024, a que se aliou agora o grupo francês Ardian, que em Portugal detém a Ascendi. Também a Vauban, que comprou no final de 2020 a Sociedade Portuguesa para a Construção e Exploração Rodoviária (SPER), que gere a subconcessão rodoviária do Baixo Alentejo, integra outro consócio que manifestou interesse nesta via, o mesmo acontecendo com a italiana Fininc e o grupo de construção local GEK Terna, que se aliou ao fundo de investimento First Sentier FS Ark Holdco.
A autoestrada Attica foi lançada em regime de concessão durante a década de 1990, tendo entrado em operação completa em 2004, somando o seu custo total de construção cerca de 1,3 mil milhões de euros. Esta concessão faz parte do eixo rodoviário que liga Atenas às principais cidades da Grécia, incluindo Patras e Salonica. É uma autoestrada urbana com duas faixas de rodagem, cada uma com três vias e uma via de emergência. A ferrovia suburbana de Atenas foi construída na reserva central desta autoestrada.