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António Costa sobre sistema de transportes públicos: "Estamos a vir do fundo dos infernos"

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta terça-feira que o Governo está a vir "do fundo dos infernos" relativamente ao sistema de transportes públicos e a fazer um "caminho muito exigente" para o melhorar.

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19 de Março de 2019 às 18:33
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"Nós estamos a vir do fundo dos infernos relativamente ao sistema de transportes públicos", disse o chefe de Governo durante o debate quinzenal, em resposta ao Partido Ecologista "Os Verdes".

 

Costa falou numa "delapidação da capacidade de produção das empresas de transportes públicos na legislatura anterior", e, como exemplo, apontou que a redução das composições do metropolitano de Lisboa "de seis para quatro carruagens, de forma a diminuir a oferta de transporte".

 

O primeiro-ministro elencou também que nesta empresa "foram diminuídas as frequências" e "durante anos não houve manutenção nem das composições, nem da linha, nem do sistema de sinalização".

 

"Só para a semana, graças à reposição dessas condições, o metro de Lisboa vai iniciar a experiência de poder retomar velocidades comerciais de 60 quilómetros hora, recuperando por isso a capacidade de aumentar as frequências e melhorar a capacidade de transporte de passageiros", notou.

 

Assim, o caminho que o Governo tem estado a fazer "é um caminho muito exigente", mas tem de ser prosseguido em "várias dimensões", salientou António Costa, falando em "dotar as empresas de recursos humanos necessários, dotar as empresas de capacidade de manutenção, dotar as empresas de novo material circulante e, simultaneamente, estimular cada vez mais a procura e a utilização, tornando-o mais acessível, não só pela expansão da rede, mas também pela redução de tarifário".

 

"É nesta forma integrada que nós podemos ter uma política sustentável do transporte público e promotora do nosso compromisso ambiental", sublinhou, considerando que "há muito que o país tem para fazer pela frente em matéria de melhoria do transporte público" e vincando que é necessário "continuar a avançar".

 

António Costa aproveitou a resposta ao PEV para falar do PSD, e classificar de "tão constrangedora" a intervenção do PSD sobre transportes públicos e de "penosa a intervenção sobre a dívida".

 

"O que o PSD não quer assumir é que votou contra os passes sociais e contra esta redução do seu tarifário, e não votou contra só para a Área Metropolitana de Lisboa e a Área Metropolitana do Porto, votou contra para todo o país", referiu o primeiro-ministro, considerando que existe uma "enorme contradição entre o discurso que o PSD aqui faz e o discurso que os autarcas do PSD fazem".

 

Na sua intervenção, a deputada do PEV Heloísa Apolónia lembrou que  o Governo PSD/CDS encerrou "o transporte diário de passageiros da linha do leste".

 

"Eu acho que isto foi uma grande machadada para a população e o seu direito à mobilidade, e também para a potencialidade de desenvolvimento do território, designadamente na lógica empresarial e até de ensino superior, por exemplo, com o Instituto Politécnico de Portalegre", notou a parlamentar, considerando que esta medida "tem efeitos concretos".

 

Heloísa Apolónia considerou que "era possível, nesta legislatura, ter feito mais investimento na rede ferroviária nacional".

 

Assim, a deputada quis saber se vai ser possível "a acumulação do desconto do passe 4-18 e do passe sub-23 com o passe único", referindo que o preço tem um "impacto grande" na atratividade dos transportes coletivos.

 

Em resposta, António Costa afirmou que se mantêm os apoios sociais nos passes, e é "totalmente cumulável, não obstante algumas das comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas terem encontrado mecanismos próprios para a utilização dessa medida".

 

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