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TAP só vai aos mercados em 2023 para financiar dívida de 700 milhões

Presidente da comissão executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, salienta que a recuperação da companhia está a acontecer "mais rápido do que o esperado", com resultados já acima do previsto no plano de reestruturação. Mas há nuvens cinzentas que podem atrasar a recuperação financeira da companhia. É o caso do aumento "agressivo" do preço do jetfuel ou a valorização do dólar face ao euro.

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23 de Agosto de 2022 às 13:27
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A TAP só vai aos mercados em 2023 para financiar a dívida privada que ascende a 700 milhões de euros, disse esta terça-feira o administrador financeiro da companhia, Gonçalo Pires, durante a apresentação dos resultados do primeiro semestre. Isto porque, explicou ainda o administrador financeiro, depois do aumento de capital no final do ano passado, "ainda não há necessidade de ir aos mercados", sendo que inicialmente estava previsto que a transportadora fosse aos mercados no fim deste ano.

O regresso aos mercados pela TAP vai ser preparado no último trimestre deste ano e poderá acontecer na primeira metade do próximo ano, avançou ainda Gonçalo Pires. 

Esta decisão acontece numa altura em que a TAP reduziu o prejuízo para menos de metade face aos valores do período homólogo, fixando-se agora em 202 milhões de euros e aumentou a receitas operacionais dos 597,4 milhões para s 830,6 milhões de euros, representando quase 99% das receitas conseguidas no mesmo período em 2019. 

Face a estes resultados, Christine Ourmières-Widener diz que o plano desenhado por Bruxelas "é um bom plano e o plano certo" para a TAP, frisando que a companhia está a recuperar "mais rapidamente do que o esperado".


No entanto, numa altura em que a TAP já prepara a operação para o próximo inverno e verão de 2023, a presidente executiva da companhia portuguesa avisa, durante a apresentação de resultados do primeiro semestre do ano, que há nuvens cinzentas no horizonte que podem ter impacto na recuperação financeira da TAP. É o caso do "aumento da inflação pode ter impacto na procura" e a subida dos custos com o jetfuel. Além disso, a valorização do dólar face euro, é outra das preocupações da TAP, tendo em conta que dois terços da dívida da empresa estão em dólar.


Segundo o diretor financeiro da TAP, Gonçalo Pires, o custo com o jetfuel "é de longe a maior despesa" da companhia e não "conseguimos controlar o aumento agressivo" dos preços que provocaram um impacto de 400 milhões de euros. "Estamos a gatar quatro ou cinco vezes mais com o jetfuel do que em 2019", salienta Gonçalo Pires que prevê que até ao final do ano o impacto na fatura da companhia com o combustível ultrapasse os mil milhões de euros.     


Ainda assim, tanto Christine Ourmières-Widener como Gonçalo Pires salientam que hoje a companhia já apresenta resultados acima do previsto no plano de reestruturação, "com a recuperação do tráfego e com a 'yield' [rendimentos] a mostrar uma boa 'performance'".


Segundo os números apresentados, as receitas da TAP atingiram 99% dos níveis de 2019 com o número de passageiros e o número de partidas a ficarem entre os 81% e os 92% face ao período pré-pandemia.


Até ao final deste ano, o Estado vai ainda transferir a última tranche da ajuda Estatal com o valor de 990 milhões de euros.

 

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