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TAP reúne com investidores. Moody’s classifica dívida como Ba3

A agência de notação financeira considera que a emissão de 350 milhões de euros em obrigações responde às futuras necessidades de refinanciamento da TAP e que a transação, que está a decorrer, "é neutra em termos de crédito“.

No ano passado, a TAP, liderada por Luís Rodrigues, reverteu os cortes salariais acordados no âmbito do plano de restruturação da empresa.
José Sena Goulão/Lusa
29 de Outubro de 2024 às 12:40
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A TAP está no mercado para se financeira através de dívida que a Moody's classifica como investimento especulativo. A agência atribuiu um rating de Ba3 à emissão de 350 milhões de euros em dívida sénior não garantida e não resgatável que a empresa pretende colocar, estando a realizar reuniões virtuais com investidores institucionais. A classificação, a mesma atribuída à transportadora,  tem perspetiva estável.

Na mesma nota, a agência de rating refere que espera que a TAP use este montante para refinanciar a linha de obrigações de 375 milhões de euros que vence em setembro, bem como empréstimos bancários de 76 milhões de euros.

"A TAP responde às futuras necessidades de refinanciamento com a transação proposta, enquanto as suas métricas de crédito permanecerão praticamente inalteradas. Como não esperamos uma mudança significativa nos custos de juros da empresa, mas vemos um risco de aumento dos títulos propostas, a transação é neutra em termos de crédito, na nossa opinião", refere a Moody's.

Em julho, a Moody’s tinha revisto em alta o rating da TAP para Ba3. Depois de conhecida esta classificação,  a companhia aérea divulgou os resultados semestrais, que, no geral, corresponderam às expectativas da agência de notação financeira. 

 

"A empresa conseguiu aumentar a receita em 3% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, com base no maior número de passageiros e nos proveitos que subiram ligeiramente", lê-se na mesma nota.

 

No entanto, a Moody’s deixa o alerta que os "custos mais elevados com pessoal, decorrentes dos novos acordos coletivos de trabalho, bem como custos pontuais com trabalhadores, fazem com que a sua rentabilidade - medida pela margem EBIT - diminua  de 11,5% para 10,5% nos últimos 12 meses de junho de 2024". Mesmo assim, "permanece estruturalmente mais elevada em comparação com o período da pré-pandemia devido a várias medidas que estão a ser implementadas", destaca. A utilização de aviões maiores e o corte dos contratos de aluguer de aeronaves e tripulação (ACMI na sigla em inglês) foram algumas das medidas aplicadas pelo presidente executivo da transportadora, Luís Rodrigues.

 

A agência de rating espera que o rácio entre a dívida líquida e o EBITDA ajustado se mantenha  abaixo de 4x nos próximos 12 a 18 meses, "apesar de alguma pressão esperada sobre os rendimentos e dos custos de pessoal mais elevados".

Como foi noticiado na segunda-feira, a TAP está a realizar reuniões com investidores com vista à emissão de 350 milhões de euros em dívida sénior não garantida e não resgatável ("noncallable") com maturidade a cinco anos. De acordo com a Bloomberg, há um encontro com investidores globais agendado para esta terça-feira. O objetivo passa por refinanciar a dívida existente, que está colocada junto de investidores internacionais institucionais, e tem uma taxa de juro anual fixa de 5,625%.

Na semana passada, o Estado tinha determinado a redução do capital social da TAP de 980 milhões de euros para 313,6 milhões de euros, para permitir que a transportadora avançasse com uma emissão de dívida.

Enquanto acionista único a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) fixou ainda em 400 milhões de euros o limite máximo "que pode ser deliberado pelo Conselho de Administração da TAP, durante o ano civil de 2024, para a emissão de obrigações ou de outros valores mobiliários pela TAP".

(Notícia corrigida com a descrição qualitativa do rating da Moody's)

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