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TAP com prejuízos de 700 milhões até setembro

A companhia aérea perdeu 9 milhões de passageiros nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período de 2019. Até setembro as receitas caíram 66% e os custos 41%. Só no terceiro trimestre as perdas foram de mais de 118 milhões.

A administração da TAP diz que corte de receitas vai ser “colossal”.
Miguel Baltazar
30 de Novembro de 2020 às 07:08
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A TAP registou no terceiro trimestre deste ano prejuízos de 118,7 milhões de euros, o que eleva a 700,6 milhões de euros as perdas acumuladas desde o início de 2020.

A companhia aérea, que divulgou esta segunda-feira os resultados até setembro, adianta que o número de passageiros transportados nestes nove meses caiu 70% - menos 9 milhões de passageiros -, a oferta recuou 64% e o load factor (taxa de ocupação) diminuiu em 12,5 pontos percentuais, para 68,5%.

As receitas totais da TAP totalizaram até setembro 841,3 milhões de euros, menos 66,2% do que no mesmo período do ano passado, com os proveitos das passagens a somarem 700 milhões de euros, uma queda de 68,2% face aos 2,2 mil milhões registados há um ano.

Os gastos operacionais da companhia diminuíram, por seu lado, 40,7% para cerca de 1,4 mil milhões, com os custos com pessoal a recuarem 39,1%, os de combustível a caírem 65,3% e de manutenção de aeronaves 59,1%.

O EBITDA no conjunto dos nove meses foi negativo em 172,9 milhões de euros, o que compara com 388,7 milhões positivos no mesmo período de 2019.

Receitas caem 81% no verão

Na apresentação dos resultados, a companhia sublinha que o terceiro trimestre arrancou com uma recuperação da procura, "mas essa tendência foi revertida em meados de agosto, à medida que novas restrições à mobilidade foram sendo impostas nos vários países e destinos em que a TAP opera".

O número de passageiros transportados caiu, nos três meses de verão, 83% (menos 4,2 milhões de passageiros) face ao período homólogo, para um total de 861 mil. Isto depois de no segundo trimestre a companhia ter transportado apenas 41 mil.

A oferta, por seu lado, sofreu uma redução de 79% e o "load factor" situou-se nos 57,4%.

As receitas totais no terceiro trimestre caíram 81% para 195,2 milhões de euros, enquanto os custos operacionais recuaram 59% para 377,8 milhões com os cortes de capacidade e as medidas de redução de custos.

O EBITDA registou um decréscimo para 48,7 milhões de euros negativos, menos 305,2 milhões do que no período homólogo, e a margem fixou-se em -24,9%.

De acordo com a companhia, "a queima de caixa diária (pro forma e ajustada pelo backlog acumulado até a TAP ter recebido a primeira tranche do empréstimo do Estado) diminuiu 45% no terceiro trimestre" quando comparada com o trimestre anterior.

A 30 de setembro a companhia tinha uma liquidez de 326,8 milhões de euros, acima dos 182,6 milhões que se registavam a 30 de junho.

A TAP, que terá de entregar o seu plano de reestruturação a Bruxelas até 10 de dezembro, fechou o terceiro trimestre com 101 aviões, prevendo continuar a reduzir a frota.

A dívida financeira líquida da transportadora era, no final de setembro, de quase 1,7 mil milhões de euros, tendo os passivos com locação sem opção de compra sofrido um recuo para 2.159 milhões.  

Segundo refere no comunicado, "os indicadores do terceiro trimestre evidenciam que ajustamentos mais profundos terão de ser realizados para reduzir a diferença entre a queda das receitas operacionais e o corte de custos". Ainda assim, acrescenta, que "foram já registados progressos importantes neste ajustamento", frisando ter reforçado "todas as medidas de proteção da sua posição de caixa, nomeadamente através do reforço de iniciativas para conversão de custos fixos em variáveis, renegociação de acordos comerciais e respetivos prazos de pagamento, suspensão de investimentos não essenciais e não renovação de contratos de trabalho a termo".

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