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TAP corta quase metade dos custos com “leasing” e pessoal
A companhia aérea prevê conseguir reduzir este ano em cerca de 175 milhões de dólares as saídas de caixa relacionadas com o leasing operacional de aviões. Até ao final de setembro, 729 trabalhadores não viram renovados os contratos a termo.
A TAP reduziu no terceiro trimestre deste ano os pagamentos associados ao "leasing" operacional de aeronaves em 43%e os custos com pessoal em 49% face ao mesmo período de 2019.
No comunicado de apresentação dos resultados dos primeiros nove meses de 2020, divulgado esta segunda-feira, a companhia aérea sublinha que a redução dos encargos com os "leasing" dos aviões "refletem as negociações com ‘lessors’ para diferimento de pagamentos e reduções permanentes de rendas".
A transportadora prevê que para o total deste ano essas renegociações reduzam em cerca de 175 milhões de dólares as saídas de caixa relacionadas com leasing operacional de aviões. Um valor que se soma à redução de custos de mil milhões de dólares no período 2020-2022 com o adiamento da entrega de novas aeronaves que já tinha sido negociado com a Airbus.
Relativamente aos custos com pessoal, a companhia refere que em substituição do regime de lay off simplificado, recorreu ao longo do terceiro trimestre ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva, "através do qual se estabeleceu um mecanismo de redução do horário de trabalho entre 70% e 5%".
Este apoio, afirma, "deu um contributo muito importante, mas a natureza temporária deste enquadramento torna imperativa a adoção de soluções permanentes, a serem alcançadas através das negociações com os sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP".
Para a redução dos custos com pessoal em 49% - que passaram de 179 milhões de euros no terceiro trimestre de 2019 para 90,4 milhões no mesmo período de 2020 - contribuiu também a não renovação de contratos a termo. Até ao final de setembro, 729 trabalhadores viram os contratos atingir o seu termo e deixaram a companhia, adianta.
Na mesma nota, onde revela ter registado prejuízos de 700,6 milhões de euros no acumulado dos primeiros nove meses deste ano, a TAP refere ainda que estima que a redução da sua capacidade operacional no período de inverno 2020/2021 seja entre 60 e 70%, em comparação com o inverno anterior.
"Prevê-se que, nos próximos meses, a indústria da aviação na Europa continue a enfrentar um período de incerteza sem precedentes no que diz respeito à evolução da procura, e a TAP estará pronta para fazer ainda mais cortes de capacidade, se necessário", afirma a empresa agora liderada por Ramiro Sequeira.
Para a transportadora, "são encorajadoras as notícias mais recentes que reportam a eficiência de vacinas para a covid-19 e o desenvolvimento dum plano de vacinação, a par com a possibilidade de aceitação e realização de testes pré-voo, que podem indicar um caminho de recuperação das viagens aéreas internacionais".