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PS apela a "entendimento estratégico" sobre a TAP
António Costa defendeu esta quarta-feira que a situação da transportadora aérea deve ser alvo de um "entendimento estratégico", mostrando-se disponível para dialogar com o Governo de Pedro Passos Coelho.
O líder socialista voltou a criticar a decisão do Executivo de privatizar a TAP e apelou a um entendimento estratégico sobre a situação da companhia. "No dia em que o Governo quiser falar com o PS sobre a TAP, sabe qual é a nossa morada", afirmou António Costa no final de um encontro com o Presidente da República, acrescentando que a transportadora aérea "é absolutamente estratégica para o País".
"É uma imprudência o Estado abdicar da sua participação no capital da TAP", defendeu o secretário-geral do Partido Socialista.
Questionado se considerava a paralisação agendada para o final do ano como uma "greve patriótica", tal como a classificou o antigo Presidente da República Mário Soares, Costa referiu apenas que o "ideal era que fosse possível encontrar rapidamente uma solução que poupasse o País aos custos deste conflito". Um conflito, que segundo António Costa, é da exclusiva responsabilidade do Governo.
"Uma maioria não exclui compromissos"
Nesta ocasião, António Costa fez ainda questão de explicar as declarações desta terça-feira no jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS, onde evocou a liderança de Mário Soares no governo do Bloco Central PS/PSD para defender um projecto que devolva e mobilize a confiança dos portugueses no combate à crise.
"Parece que fui mal interpretado e não quero que exista nenhum tipo de equívoco. Não evoquei o bloco central, nem 2015. O que quis enfatizar foi que o País precisa de confiança. Nenhum país pode viver só no curto prazo. E foi essa capacidade de mobilização que permitiu que o país superasse a crise" em que se encontrava na altura do bloco central PS/PSD, esclareceu António Costa.
Sem nunca responder directamente se aceitaria um novo bloco central, António Costa afirmou apenas que o "melhor para o País é uma maioria absoluta do PS". "Mas uma maioria absoluta não é condição suficiente", acrescentou. "É necessário que exista disponibilidade para consensos estratégicos."
"Tanto precisamos de uma maioria, como de compromissos. Uma maioria não exclui compromissos", defendeu o líder socialista.
(Notícia actualizada às 17h57)