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Pilotos pedem a Galamba para “arrumar a casa”
Pilotos dizem que o pagamento de 450 euros mensais a diretores e administradores para serem usados no Uber como compensação da não renovação da frota automóvel, revela “falta de sensibilidade para gerir pessoas” e “uma incoerência e um desnorte total por parte desta administração” da TAP.
Perante as polémicas que rodeiam a TAP nas últimas semanas, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) pede ao recente ministro das Infraestruturas, João Galamba, para "arrumar a casa rapidamente" defendendo os interesses da companhia, dos trabalhadores e dos contribuintes.
Em comunicado, os pilotos dizem que o pagamento de 450 euros mensais a diretores e administradores para serem usados no Uber como compensação da não renovação da frota automóvel, revela "falta de sensibilidade para gerir pessoas" e "uma incoerência e um desnorte total por parte desta administração" da TAP.
Numa altura em que os trabalhadores ainda sofrem cortes salariais, o sindicato dos pilotos frisa ainda que "os valores que os detentores de cargos de direção estão a receber para se fazerem transportar, poderá servir no futuro, de exemplo e bitola para os demais, pois os custos com transportes são os mesmos, independentemente da função que se ocupa". Até porque, lembra o SPAC, os diretores da TAP "são trabalhadores como os restantes, portanto os seus contratos devem ser cumpridos como os demais", lê-se no documento.
Os pilotos consideram ainda que "do ponto de vista da ética e legitimidade destas medidas", enquanto "houver trabalhadores com perda de condições, não deveria haver melhoria nas condições de outros", sobretudo quando ainda estão em curso as negociações para os novos Acordos de Empresa, frisando que "a dedicação e o empenho dos funcionários não são conseguidas com estas medidas discriminatórias".
Enumerando as várias recentes polémicas da TAP, o SPAC alerta, mais uma vez, para a "necessidade urgente de uma auditoria" à gestão da TAP e apela a uma "rápida conclusão da Inspeção Geral das Finanças", que está a analisar o pagamento da indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis, ex-secretária de Estado do Tesouro.