Notícia
Pedro Nuno Santos: "Privatização da ANA foi a mais danosa para o interesse público"
O ministro das Infraestruturas garante que quer renegociar com a ANA os custos das acessibilidades para o Montijo. "
Negócios
18 de Janeiro de 2020 às 11:36
O Governo quer rever alguns dos aspetos do acordo assinado com a ANA por causa da expansão aeroportuária da região de Lisboa, "nomeadamente em alguns investimentos como as acessibilidades". O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, em entrevista ao Expresso, não é de meias palavras e garante: "Queremos que a ANA pague mais pelas acessibilidades".
E explica porque tem a ANA de dar maior contributo: "Estamos a falar de uma empresa que desde que foi privatizada conseguiu realizar em receitas mais de 1.000 milhões do que esperava inicialmente".
E é por isso que, sem suavizar, Pedro Nuno Santos atira: "a privatização da ANA foi um péssimo negócio para o Estado. Foi a privatização mais danosa para o interesse público e não há forma mais doce de o dizer". Na TAP, explica, o governo ainda foi a tempo de reverter a situação, mas na ANA estava o processo concluído. Por isso, acrescenta que "a privatização da ANA constituiu um dano muito significativo para o interesse nacional e para o país. Podemos estar a falar do negócio com a maior taxa de rentabilidade do país".
Pedro Nuno Santos acrescenta, pois, que não abdicará de qualquer das possibilidades que o Estado, enquadrado legalmente, tem ao seu dispor para melhorar a situação para a parte pública. "A ANA tem de saber que na relação com o Estado português, desde que enquadrado na lei nacional, o Estado pode fazer o que entender". Apesar das palavras, o ministro acrescenta um ponto: "Mas a nossa relação é saudável" e caracteriza de normal as tensões que existem sempre, diz, entre Estado e uma concessinária.
A ANA foi privatizada pelo governo de Passos Coelho, tendo em 2012 escolhido a Vinci para ficar com os aeroportos nacionais em regime de concessão por 3 mil milhões de euros. Desde que tomou posse da concessão, em 2013, a gestora dos aeroportos nacionais assegurou nos últimos cinco anos proveitos de 3.325 milhões.
Quanto ao Montijo, Pedro Nuno Santos reitera que não há volta atrás. A localização está decidida. "Não temos o direitos de voltar a ponderar localizações para um novo aeroporto na região de Lisboa depois de o país ter estado à espera de uma decisão há 50 anos. Temos 17 localizações estudadas no ministério", diz, assumindo por isso pragmatismo, mas garantindo que "obviamente que achamos que esta é a melhor solução".
Neste momento, ainda se aguarda a decisão final da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), e Pedro Nuno Santos volta a dizer: "depois da APA tomar uma decisão, a ANA tem de cumprir".
E explica porque tem a ANA de dar maior contributo: "Estamos a falar de uma empresa que desde que foi privatizada conseguiu realizar em receitas mais de 1.000 milhões do que esperava inicialmente".
Pedro Nuno Santos acrescenta, pois, que não abdicará de qualquer das possibilidades que o Estado, enquadrado legalmente, tem ao seu dispor para melhorar a situação para a parte pública. "A ANA tem de saber que na relação com o Estado português, desde que enquadrado na lei nacional, o Estado pode fazer o que entender". Apesar das palavras, o ministro acrescenta um ponto: "Mas a nossa relação é saudável" e caracteriza de normal as tensões que existem sempre, diz, entre Estado e uma concessinária.
A ANA foi privatizada pelo governo de Passos Coelho, tendo em 2012 escolhido a Vinci para ficar com os aeroportos nacionais em regime de concessão por 3 mil milhões de euros. Desde que tomou posse da concessão, em 2013, a gestora dos aeroportos nacionais assegurou nos últimos cinco anos proveitos de 3.325 milhões.
Quanto ao Montijo, Pedro Nuno Santos reitera que não há volta atrás. A localização está decidida. "Não temos o direitos de voltar a ponderar localizações para um novo aeroporto na região de Lisboa depois de o país ter estado à espera de uma decisão há 50 anos. Temos 17 localizações estudadas no ministério", diz, assumindo por isso pragmatismo, mas garantindo que "obviamente que achamos que esta é a melhor solução".
Neste momento, ainda se aguarda a decisão final da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), e Pedro Nuno Santos volta a dizer: "depois da APA tomar uma decisão, a ANA tem de cumprir".