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PCP propõe comissão de inquérito à privatização da ANA

O partido avançou esta segunda-feira com uma proposta para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito ao processo de privatização da ANA.

A ANA propõe uma modelação da taxa de aterragem em todos os aeroportos que beneficia ou penaliza as aeronaves em função das emissões.
Miguel Baltazar
08 de Abril de 2024 às 17:33
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O PCP quer avançar com uma comissão de inquérito ao processo de privatização da ANA - Aeroportos, fechado em 2013 pelo Governo PSD/CDS. 

O partido defende que tendo em conta as conclusões do Tribunal de Contas sobre o negócio, conhecidas no início deste ano, a realização de uma comissão de inquérito "torna-se incontornável". 

"Este relatório, que a Assembleia da República solicitou em 2018, foi publicado a 5 de janeiro de 2024, mais de dez anos depois da privatização e quase seis anos depois de ter sido solicitado. Ignorar o conteúdo e as implicações desse relatório transformaria a Assembleia da República num órgão conivente com um processo profundamente lesivo dos interesses nacionais", lê-se na proposta submetida pelo partido esta segunda-feira,


A análise do TdC concluiu que a operação
"não salvaguardou o interesse público" e não foi "maximizado o encaixe financeiro" com a venda das ações da concessionária dos aeroportos nacionais à Vinci.

Após estas conclusões, a entidade anunciou que iria avançar com uma segunda auditoria sobre a gestão de infraestruturas aeroportuárias, prevendo apresentar o relatório no segundo semestre do corrente ano de 2024.

O PCP defende agora que "os contornos concretos da privatização foram completamente escondidos do povo português e da própria Assembleia da República". "Factos da maior relevância vieram alertar o povo português para o verdadeiro impacto desta privatização, e fazer despertar as maiores suspeitas sobre a forma e os objetivos do processo de privatização".

"Na altura da privatização, o país foi convencido que o novo aeroporto seria construído pela ANA mesmo depois de privatizada (alguns até juraram que seria graças à privatização). A realidade dos últimos 10 anos é que a multinacional Vinci demonstrou que não quer, de forma nenhuma, sair do Aeroporto Internacional Humberto Delgado, que considera altamente lucrativo para si. Ora, retirar o Aeroporto de dentro da Cidade de Lisboa é um objetivo que está assumido pelo Estado português desde 1971", acrescenta.

Como o PCP relembra no mesmo requerimento, a ANA foi vendida em 2013 pelo Governo PSD/CDS num processo dividido em duas fases.  Primeiro, foi assinado com a ANA enquanto empresa pública um contrato de concessão à francesa Vinci por 50 anos da rede aeroportuária nacional por 1200 milhões de euros, e depois foi a própria empresa vendida por 1127 milhões de euros com o valor criado pela concessão.

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