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Neeleman diz que TAP estuda voar para Chicago e São Francisco

David Neeleman, um dos accionistas privados da TAP, diz que a companhia estuda abrir rotas para Chicago e São Francisco, ambas nos Estados Unidos. O objectivo é tirar partido das parcerias com a Jetblue.

O Airbus A330-300 que a TAP pintou com as cores dos anos 1970.
TAP
17 de Outubro de 2017 às 16:49
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A TAP está a estudar aumentar os seus voos para os Estados Unidos e começar a voar para aeroportos bem para lá da Costa Leste americana. Em cima da mesa está a abertura de rotas para Chicago e São Francisco, afirmou David Neeleman, accionista da Atlantic Gateway, o consórcio privado que controla 45% da transportadora. A revelação foi feita em entrevista ao blogue especializado em aviação Cranky Flyer, a propósito de a Jetblue (fundada por Neeleman) ser responsável por dois terços dos passageiros de ligação que voam na TAP dos EUA para Portugal.

 

Questionado pela revista se a parceria com a Jetblue influencia a escolha de novas rotas da TAP, Neeleman disse que sim. "Sem dúvida. Os nossos planos passam por voar para mais cidades, certamente para algumas dessa lista [de origem dos passageiros que voam na TAP via Jetblue]", começou por dizer. "Especialmente para as cidades onde estão os nossos parceiros, como Chicago… ou São Francisco, onde há uma grande comunidade portuguesa", detalhou.

 

Actualmente, a TAP voa de forma directa para quatro destinos nos Estados Unidos – Nova Iorque JFK, Newark, Boston e Miami, e também para Toronto, no Canadá. As rotas de Boston e Nova Iorque JFK têm sido particularmente alimentadas com passageiros que começam as suas viagens na Jetblue, numa de 31 cidades norte-americanas. Na rota Boston-Lisboa, e segundo números da transportadora portuguesa, 30% dos passageiros iniciaram a viagem na Jetblue, tendo depois apanhado o voo da companhia portuguesa.

 

A TAP já tinha anunciado, na semana passada, que o acordo comercial de "code-share" com a Jetblue – que permite que uma companhia venda voos da outra, facilitando a reserva de voos de ligação – permitiu à companhia portuguesa transportar mais 35 mil passageiros nos primeiros sete meses deste ano, para 38 cidades americanas. O outro acordo nos EUA, com a United (parceira da TAP na Star Alliance), saldou-se no transporte de 15 mil passageiros.

 

São Francisco e Los Angeles são as principais cidades de origem

 

A Jetblue é ainda responsável por transportar 20% dos passageiros que voam na TAP a partir do aeroporto de Nova Iorque JFK. De acordo com dados da TAP, São Francisco, Los Angeles, Washington DC, Raleigh/Durham, Chicago, Atlanta, Denver, Dallas Fort Worth, Tampa e Detroit são as principais cidades de origem dos passageiros que apanham "boleia" da Jetblue e depois voam na TAP a partir de Boston e JFK.

 

Por outro lado, a maioria desses passageiros não fica em Lisboa. Só 45% dos que começam na Jetblue ficam em Lisboa; os restantes 55% seguem para outros destinos na Europa – dois terços dos quais rumam para Roma, Barcelona e Madrid. Neeleman explicou que a TAP se "está a sair muito bem" em destinos secundários de Espanha e França. A companhia portuguesa voa para cidades mais pequenas como Bilbau, Nice, Valência ou Bordéus.

 

Sem esta parceria com a Jetblue, Boston e Nova Iorque JFK só seriam rentáveis no período de Verão. "[A parceria] é mesmo, mesmo benéfica na época baixa. E também é benéfica para a Jetblue", resume David Neeleman.

 

Num comunicado da TAP, o vice-presidente José Guedes Dias diz que o facto de a companhia ter "duplicado o tráfego de passageiros desde os EUA num ano" é "muito gratificante". "Especialmente com um elevado ‘load factor’, em média de 85%" – o que significa que os aviões que saem dos EUA circulam em média com uma ocupação de 85%.


Notícia corrigida às 21:10: a TAP voa para Bilbau e não para San Sebastián, como estava referido.

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