As negociações entre os trabalhadores e a direcção da transportadora vão passar a ter um intermediário, anunciou esta quinta-feira a ministra espanhola do Fomento, Ana Pastor. A ministra informou que ambas as partes aceitaram que as negociações sejam mediadas por uma entidade externa, noticia hoje a imprensa espanhola.

A pessoa escolhida para mediar o diálogo é Gregorio Tudela, professor catedrático na Universidade Autónoma de Madrid. Ana Pastor considera que este é “um avanço importante” para que a empresa e os trabalhadores possam levar as negociações a bom porto. O objectivo do Governo espanhol é estimular um acordo entre as partes, porque só “se todos fizerem esforços” é que se poderá garantir o futuro da companhia e do sector aéreo, “tão importante” para a Espanha, considerou a ministra.

A designação do mediador acontece depois da primeira reunião entre os representantes sindicais e a direcção da Iberia ter terminado sem entendimento entre as partes.

Os sindicatos que representam 93% da força laboral da transportadora advertiram esta quarta-feira, durante a concentração junto à sede da Iberia, onde estavam presentes mais três mil trabalhadores, que vão encetar novas paralisações durante a Semana Santa e depois do período de 15 dias já conhecido, caso não haja um acordo.

Horas antes da concentração, os dirigentes sindicais mostravam disposição para “ampliar e intensificar” os protestos, cita o título económico, contra o plano de ajuste, que implica o despedimento de 3.807 trabalhadores.

Os primeiros cinco dias de greve, que terminam esta sexta-feira, levaram ao cancelamento de mais de 1.200 voos, tanto na Iberia como em outras companhias que têm contrato com o serviço de assistência em terra com a transportadora. As próximas paralisações estão agendadas entre quatro e oito de Março e 18 e 22 de Março. O Sepla, sindicato dos pilotos, que até agora não aderiu à greve dos trabalhadores, deve aderir à próxima jornada de protestos que começa no próximo dia quatro, avança o “El País”.

O quarto dia de greve na Iberia contra o plano de reestruturação da companhia vai afectar 258 no total, informa o “El Economista”. 87 voos correspondem à Iberia, 72 à Air Nostrum, 19 à Iberia Express e 80 à Vueling.

As estimativas do Governo madrileno apontam que a greve na Iberia custa dez milhões por dia à economia espanhola. A Iberia estima perdas de três milhões de euros por dia, tanto com a greve como com a necessidade de realocação dos passageiros dos voos afectados, avança a Lusa.