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Governo confirma venda da ANA à Vinci por 3,08 mil milhões (act.)
O Governo aprovou, hoje, em Conselho de Ministros, a venda da ANA à Vinci, confirmou Marques Guedes, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
O Governo aprovou, hoje, em Conselho de Ministros, "uma resolução que selecciona a Vinci Concessions SAS como a proposta vencedora para a aquisição de acções do capital social da ANA - Aeroportos de Portugal, objecto de venda por negociação particular", confirmou Marques Guedes, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
A Vinci entregou uma proposta de 3,08 mil milhões de euros, avançou Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro, um valor já noticiado pelo Negócios no dia 16 de Dezembro. A governante sublinhou não só o valor financeiro, como a qualidade da estratégia.
Da proposta apresentada pela Vinci, "1.200 milhões de euros servirão para cobrir o 'fee' de concessão, 700 milhões de euros é o valor da dívida da ANA e 1.200 mlhões corresponde ao 'equity value' da ANA e esse valor [em 90%] será imputado à amortizaçao de dívida de pública, naturalmente que essa receita será recebida em 2013", detalhou Maria Luís Albuquerque.
A conclusão do processo de venda da ANA deverá ocorrer até ao final do próximo ano.
Maria Luís Albuquerque sublinhou que a proposta da Vinci "foi não só a que tinha o preço mais elevado, mas também a mais interessante do ponto de vista estratégico".
A proposta da Vinci contempla Lisboa como o centro do negócios aeroportuário e tem como objectivo a expansão daquela infra-estrutura, aproveitando o "know how" da ANA na expansão para outras geografias.
"A proposta da Vinci foi recomendada pelos assessores, pelo conselho de administração da ANA e pela Parpública".
Sérgio Mointeiro, secretário de Estado das Obras Públicas, no "briefing" do Conselho de Ministros, disse ainda que a ANA continuará a ter sede em Portugal e a pagar impostos no País.
O secretário de Estado das Obras Públicas e dos Transportes, quanto à salvaguarda dos postos de trabalho da ANA, referiu que o plano estratégico apresentado pela Vinci, quanto ao futuro imediato e a médio prazo, "não prevê redução dos quadros", pelo contrário.
"Se for bem sucedida em entrar noutros mercados através da ANA, a Vinci prevê acréscimo de número de trabalhadores".
A Vinci foi um dos quatro grupos a apresentar uma proposta vinculativa à compra de 100% da ANA Aeroportos.
A Fraport ofereceu 2.442 milhões de euros, o consórcio dos argentinos da Corporación América 2.408 milhões, mas 540 milhões com pagamento diferido a 10 anos e a Zurich, onde está a CCR, fez uma proposta de 2.000 milhões.
Privatização sem condições
Sérgio Monteiro garantiu, ainda, que a entrega da ANA à Vinci não tem condições, nomeadamente na relação com a venda da TAP. Não há dependência.
No entanto, o secretário de estado acrescentou que, no âmbito deste processo, "a Vinci tem como obrigação criar condições para que a TAP mantenha a posição igual ou crescente na infra-estrutura Portela".
(Actualiza com mais informação)