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David Neeleman: Resultados da TAP para acionistas “não têm sido tão rápidos como gostaríamos”
O norte-americano afirma, num comunicado pessoal, continuar a acreditar no futuro da TAP, onde pessoalmente e em conjunto com a brasileira Azul, que controla, detém hoje mais de 70% dos direitos económicos.
David Neeleman, que detém com Humberto Pedrosa a Atlantic Gateway (dona de 45% da TAP), admite num comunicado pessoal enviado esta terça-feira, 25 de novembro, que "os resultados para os acionistas não têm sido tão rápidos como gostaríamos mas estamos no caminho certo".
Na nota, o norte-americano salienta que "hoje, tal como em 2015, quando ninguém acreditava, estou cada vez mais entusiasmado com o futuro da TAP", garantindo que a companhia aérea "tem acionistas privados totalmente comprometidos com o plano de crescimento que tem vindo a ser implementado".
Sem referir em momento algum do mesmo comunicado se pretende ou não sair da estrutura acionista da Atlantic Gateway, o norte-americano recorda que "ao longo das últimas décadas o Estado Português fez várias tentativas para privatizar a TAP" e que "durante muitos anos não conseguiu encontrar nenhum interessado em investir na TAP dada a sua situação de iminente falência e falta de tesouraria".
Como recorda, em novembro de 2015 a empresa tinha a frota mais antiga da Europa, devia cerca de 900 milhões à banca, com aproximadamente 80% a vencer em menos de 1 ano, devia 183 milhões a fornecedores, tinha apenas 79 milhões em caixa, não tendo recursos para pagar os salários dos seus trabalhadores do mês seguinte".
David Neeleman aponta ainda que quando decidiu concorrer à privatização "criei um plano estratégico, convidei um sócio português, e reuni capital em conjunto com a Azul e seus acionistas para poder dar um futuro à TAP. Logo na primeira semana sob a nossa gestão, pagámos cerca de 100 milhões de euros de dívidas anteriores à nossa entrada e continuamos a fazê-lo. Hoje a TAP tem 245 milhões de euros em caixa, mais de três vezes o que tinha na data da privatização".
Em seu entender, o futuro "passa por uma transformação significativa da empresa, continuando a reduzir o peso da sua dívida, reduzindo a dependência relativamente aos mercados africanos e brasileiros, renovando integralmente a sua frota, tornando-a mais competitiva e sustentável num mercado cada vez mais competitivo e no qual desde 2017 fecharam cerca de 92 companhias de aviação em todo o mundo".
O empresário diz ainda que oportunamente irá ser feito o balanço detalhado da privatização comparando a empresa que existia em 2015 com a TAP de hoje, mas aproveita para destacar um conjunto de alterações, desde o número de passageiros, que cresceu 65%, o aumento de 36% da frota ou a subida de 40% da receita.
Destaca ainda o peso da dívida da TAP que em 2015 era 11 vezes (rácio dívida líquida-EBITDA), sendo agora entre 5-6 X, e que "em vez de despedirmos, contratámos em Portugal cerca de 3.000 colaboradores".
Apesar de reconhecer que os resultados para os acionistas não têm sido tão rápidos como estes gostariam, salienta que a curva dos resultados trimestre após trimestre é prova de que a empresa está no caminho certo. "Uma nova frota muito mais eficiente e as novas rotas começam a produzir resultados, como demonstram as contas do terceiro trimestre de 2019 em que a TAP teve uma margem operacional acima dos seus pares europeus".
Para Neeleman, "a transformação não se faz num dia nem está terminada", considerando ser "muito importante para Portugal que sejamos todos bem-sucedidos".
"A TAP precisa de foco e os seus trabalhadores de paz para continuar a implementar o que tem que ser feito, que é o melhor para TAP. Especulações e outro tipo de manobras em nada ajudam a este extraordinário projeto tão relevante para Portugal. Todos devemos assumir essa responsabilidade", conclui o empresário.
(Notícia atualizada com mais informação às 16:57)