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CFO da TAP: “Não comentamos a privatização, não é da nossa competência”

Custos com pessoal e sazonalidade ajudam a explicar o prejuízo nos últimos trimestres, explicou Gonçalo Pires, que acredita num desempenho positivo neste exercício.

Pedro Catarino
18 de Junho de 2024 às 15:40
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O administrador financeiro da TAP recusa fazer qualquer comentário sobre a privatização da transportadora aérea.

"À gestão compete gerir, a privatização é sempre um tema do acionista, não temos nada a comentar sobre a privatização porque não é da nossa competência", afirmou Gonçalo Pires na Comissão parlamentar de Economia, onde foi chamado, assim como o CEO, para explicar aos deputados os prejuízos no último trimestre de 2023 e primeiro de 2024.

"A nossa competência todos os dias é implementar o plano de reestruturação, gerir a empresa para maximizar o valor e produzir melhores resultados trimestre após trimestre", continuou.

No mês passado o Governo afirmou que a gestão da companhia, e em particular o seu presidente, devem abster-se de comentar a operação.

"O presidente da TAP deve-se focar na gestão da TAP e não se imiscuir em problemas que são do acionista. Cada um deve desempenhar o seu papel", disse o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz em maio.

O comentário do governante surgiu depois de o presidente da TAP ter defendido, em entrevista ao Financial Times, que o Estado deve manter uma participação na companhia aérea após a privatização e que se deve atrair investidores fora do setor da aviação.

Custos com pessoal e sazonalidade agravam contas


O administrador financeiro e o presidente da companhia foram chamados ao parlamento para explicar os prejuízos dos últimos trimestres. Nos primeiros três meses do ano, o resultado negativo atingiu quase 72 milhões de euros.

Gonçalo Pires defendeu a gestão da equipa encabeçada por Luís Rodrigues (que também será questionado pelos deputados ainda esta tarde) para dizer que "os resultados de 2023 são históricos, não só comparando o que a TAP fez antes mas porque superam o plano de recuperação".

"Hoje a TAP gera receita 4,2 mil milhões de euros com menos aviões do que tinha em 2019, continuou, concluindo que "há algo de diferente na gestão diária que nos permite fazer mais com menos".

Questionado pelo grupo parlamentar do Chega – que, tal como o PSD, foi autor do requerimento para esta audição -, o administrador com o pelouro financeiro reconheceu que há desafios no lado da despesa, a começar com os custos salariais.

"Os custos com pessoal tiveram o seu impacto, porque a TAP celebrou os novos acordos de empresa nos últimos seis meses do ano passado, que representam encargo adicional", afirmou, acrescentando que "existe também uma componente de sazonalidade na indústria e na TAP", dado que as companhias funcionam em larga medida a vender bilhetes nos primeiros quatro ou cinco meses do ano para voos no verão", o que do ponto de vista contabilístico não tem resultados imediatos. "Quando uma companhia vende um bilhete isso entra em caixa mas não entra em resultados", explicou.

"Orçamento é bíblia"


O administrador financeiro garantiu ainda que as contas da companhia aérea estão a ser geridas com o máximo rigor.

"O orçamento é bíblia dentro da empresa", vincou Gonçalo Pires, acrescentando que o documento, que demora três meses a ser elaborado, está a ser cumprido, estando a empresa acima do orçamentado nalgumas rubricas e abaixo noutras.

Esse equilíbrio, no entanto, deverá resultar, na prática em lucro no final do ano. 

Ressalvando que não pode publicar expetativas de resultados por ter obrigações cotadas na Irlanda, Gonçalo Pires avançou ainda assim que 
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