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CEO da TAP defende que Estado deve manter posição no capital da companhia

Luís Rodrigues considera ainda que a privatização deve incluir investidores que não sejam do setor da aviação para responder a eventuais preocupações concorrenciais de Bruxelas.

Luís Rodrigues assumiu a presidência executiva e do conselho de administração da TAP a 14 de abril deste ano.
José Sena Goulão/Lusa
21 de Maio de 2024 às 10:27
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O presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, considera que o Estado deveria manter uma posição no capital da companhia aérea no âmbito do processo de privatização dada a importância do turismo na economia portuguesa. Em declarações ao Financial Times, o gestor revelou ainda a operação deveria incluir investidores de outros setores para mitigar as eventuais preocupações concorrenciais da Comissão Europeia, como aconteceu com a compra da ITA pela Lufthansa

"A minha recomendação seria que o Governo português mantivesse uma posição, que fizesse parte de todo o processo de desenvolvimento", disse Luís Rodrigues ao jornal britânico. 

O CEO da TAP explicou que defende esta posição "para garantir que, se os "players" mudarem, ninguém entrará com uma agenda diferente", dando como exemplo a necessidade de servir as ilhas da Madeira e os Açores.


O processo reprivatização da TAP foi anunciado em 2023. Mas com a demissão de António Costa e a marcação de novas eleições legislativas o processo  ficou suspenso. O caderno de encargos que estava a ser elaborado pelo anterior executivo previa a venda da maioria do capital. Uma posição que o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, também defende. Já o candidato pelo PS e antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tem defendido que o Estado deveria manter uma posição maioritária para garantir a manutenção do hub.

"Acho que chegará o momento em que poderemos estar prontos para uma venda de 100% [do capital], mas vamos dar passo a passo", reforçou o gestor que assumiu os comandos da empresa há pouco mais de um ano.

A Air France-KLM, a IAG (dona da Iberia) e a Lufthansa foram as empresas que já manifestaram publicamente  interesse em entrar na corrida pela TAP, no seguimento da vaga de consolidação no setor a nível  europeu.

Na mesma entrevista, Luís Rodrigues disse ainda esperar que após a venda a companhia aérea mantenha a sua marca e identidade e sugeriu que o Governo procure capital de outros investidores sem ser do setor para ajudar a aliviar as preocupações concorrenciais de Bruxelas. Além da compra da ITA, pela Lufthansa, que está a ser avaliada por Bruxelas, a IAG também ainda está à espera do OK final à aquisição da Air Europa.

 

"Se projetarmos uma venda que não seja a 100% [da companhia aérea], e que possa não ser necessariamente para um grupo mas para companhias aéreas [mais] financiamento ou capital privado, ou capital local, o que é sempre uma coisa positiva politicamente, pode ser muito mais fluido e fácil", apontou.

 

No entanto, o CEO da TAP continua convencido de que a tendência  da consolidação está para ficar. "Acredito que precisamos de um pouco mais de consolidação na Europa". 

 

Quanto ao processo de privatização da TAP, comentou que gostava que ficasse concluído até final de 2025. "Não vai ser fácil, mas se tudo correr bem, acho que é possível", concluiu.

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