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Catarina Martins defende nacionalização da Groundforce para proteger emprego
A coordenadora do BE defendeu esta terça-feira que, sem prejuízo de apurar as responsabilidades do acionista privado, a solução para Groundforce deve passar pela nacionalização com o objetivo de manter esta capacidade em Portugal e proteger os postos de trabalho.
09 de Março de 2021 às 18:20
Catarina Martins esteve esta tarde reunida com formadores do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), tendo no final sido questionada pelos jornalistas sobre o impasse na Groundforce.
"Sem prejuízo de assacar as responsabilidades próprias do acionista privado, a Groundforce deve ser nacionalizada para se manter a capacidade em Portugal e para se proteger o emprego", respondeu.
"Portanto não há aqui uma empresa com problemas, não há uma empresa com prejuízos que venham de anos, há uma empresa que tem todas as condições para trabalhar, para dar lucro, para manter o emprego que tem. Só precisa de ajuda para passar um período de confinamento", apontou.
Na perspetiva da coordenadora do BE, seria uma "absoluta irresponsabilidade" que, pela "incapacidade de ultrapassar este período", se perdesse o emprego, a capacidade, a especialização dos trabalhadores e a importância desta empresa num setor estratégico em Portugal.
"É preciso manter a empresa e eu julgo que o caminho da nacionalização acaba por ser aquele que vai ganhando força, como digo, sem prejuízo de se assacarem as devidas responsabilidades ao acionista privado", reiterou.
Hoje mesmo, em comunicado, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Groundforce considerou que precisamente a nacionalização é a única hipótese de segurar a empresa e salvaguardar os postos de trabalho, tendo marcado uma nova manifestação para quarta-feira, em frente à residência oficial do primeiro-ministro.
Na reunião de segunda-feira, Pedro Nuno Santos informou a CT e os sindicatos que representam os trabalhadores da Groundforce de que as ações da Pasogal, que detém 50,1% da empresa, já estão penhoradas, não podendo ser dadas como garantia para receber um adiantamento da TAP de cerca de dois milhões de euros, para pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, que já não receberam os ordenados de fevereiro.
Esta informação foi dada por Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, ao fim de vários dias de negociações com o Ministério das Infraestruturas, em que concordou ceder as ações como garantia para viabilizar a empresa.
Os órgãos representativos dos trabalhadores ficaram também a saber na reunião que o Governo "não descarta medidas para salvar a continuidade da empresa, mas também não descarta a insolvência" e que, sem a garantia da entrega das ações, não poderá haver injeção de capital.