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Brasileira Azul, de ex-acionista da TAP, desiste de comprar a Latam

A companhia aérea brasileira Azul confirmou esta segunda-feira que apresentou no dia 11 de novembro uma proposta de compra da Latam, maior companhia aérea da América Latina e que acatou a lei de falências nos Estados Unidos, mas esclareceu que desistiu do negócio.

David Neeleman, sorridente na assinatura do contrato de compra da TAP.
Sara Matos
29 de Novembro de 2021 às 19:43
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A Azul explicou em mensagem ao mercado que o plano de reestruturação que a Latam apresentou na sexta-feira perante um Tribunal de Nova Iorque para sair do Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos e no qual propunha uma injeção de 8,1 mil milhões de dólares (7,1 mil milhões de euros) inviabilizou o negócio.

A Azul explicou que a sua proposta de aquisição do grupo de aviação chileno previa uma capitalização de 5 mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros) e foi apoiada por alguns credores da Latam.

A oferta previa que os acionistas da Azul e credores da Latam tivessem participação numa futura empresa resultante de uma fusão que "receberia uma indemnização em ações pelos valores que a companhia aérea lhes deve".

A Azul esclareceu que, apesar da sua proposta, neste momento o nível com que a Latam avaliou o valor dos seus negócios no plano de reestruturação "é superior ao que a Azul considera razoável, especialmente considerando as contínuas incertezas no setor, principalmente nos mercados internacionais de longa distância".

A companhia aérea calculou inicialmente que a sua proposta de fusão dos negócios com os da Latam geraria sinergias na ordem de 4 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) graças ao crescimento da rede aérea e a ampliação do número de destinos.

Essas sinergias gerariam "uma grande criação de valor para os acionistas da Azul e maior recuperação para todos os credores latino-americanos", sem violar as regras do processo de recuperação judicial negociado com as autoridades norte-americanas", acrescentou.

Mas o plano de reestruturação da Latam, acrescentou a empresa na nota, é incapaz de gerar sinergias ao combinar os seus negócios com os da Azul.

Apesar de ser a segunda maior companhia aérea do Brasil no mercado depois da Gol, a Azul, com uma frota de 140 aeronaves, é a maior em número de voos e destinos, com 916 voos diários para 116 destinos.

No plano de reestruturação que apresentou à Justiça dos Estados Unidos na sexta-feira, a Latam propôs uma injeção de 8,1 mil milhões de dólares (7,18 mil milhões de euros) através de uma combinação de aumento de capital, títulos conversíveis e dívida.

A Latam e as suas subsidiárias no Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Estados Unidos pediu falência como resultado da crise gerada pela pandemia de covid-19 quando a empresa, nascida em 2012 da fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM, reduziu a sua operação em até 95%.

A Azul foi fundada pelo empresário brasileiro David Neeleman (na foto), que também foi acionista da TAP Air Portugal.

No ano passado, o Governo o português concluiu a recapitalização da TAP Air Portugal aumentando a participação do Estado para 72,5% e finalizando a saída de David Neeleman da companhia aérea portuguesa.

 
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