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Bloco e Chega querem ouvir com urgência o Governo, a TAP e Alexandra Reis no Parlamento
Partidos tecem críticas ao pagamento da indemnização de 500 mil euros pela TAP à secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis e querem ver clarificadas pelo Governo várias questões sobre a saída da governante da transportadora. BE e Chega já chamaram ao Parlamento com urgência os ministros das Finanças, das Infraestruturas e da Habitação, a presidente da comissão executiva da TAP e Alexandra Reis.
Depois das várias críticas dos partidos ao pagamento da indemnização de 500 mil euros pela TAP à secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, o Bloco de Esquerda chamou ao Parlamento os ministros das Finanças, das Infraestruturas e Habitação, a presidente do conselho de administração da TAP e Alexandra Reis, para duas audições com carácter de urgência.
De acordo com os requerimentos entregues pela deputada Mariana Mortágua à comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação e à comissão de Orçamento e Finanças, o pagamento "de um prémio de meio milhão de euros à então administradora da TAP levanta questões que devem ser imediatamente esclarecidas", sobretudo "os contratos e acordos celebrados pelas empresas com participação pública".
Para os deputados do BE, "mesmo não se tratando de uma saída voluntária, o valor deste prémio já seria excessivo, tendo em conta os despedimentos e cortes salariais ocorridos na empresa, nos quais Alexandra Reis esteve diretamente envolvida".
E caso a rescisão tenha sido voluntária, "o valor anunciado torna-se simplesmente incompreensível", até porque, sublinha o BE, "a lei não atribui qualquer direito de compensação quando a rescisão resulta de uma decisão do trabalhador", frisando ainda que a indemnização recebida por Alexandra Reis "é um símbolo das enormes desigualdades salariais entre trabalhadores, muitas vezes dentro das mesmas instituições".
Também o Chega já entregou ao Parlamento um requerimento para ouvir o ministro das Finanças, o ministro das Infraestruturas e a secretária de Estado do Tesouro sobre o pagamento de meio milhão de euros a esta governante pela TAP.
"Depois de analisarmos a situação com algum detalhe, e de continuarmos na ausência de respostas fundamentais, o Chega entregou hoje um requerimento para chamar ao parlamento o senhor ministro das Finanças, Fernando Medina, também o senhor ministro das Obras Públicas e Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a secretária de Estado do Tesouro e a atual CEO da TAP, que exerce funções neste momento", anunciou o presidente do Chega.
A chuva de críticas dos partidos
Até agora apenas o BE e o Chega chamaram os governantes a TAP ao Parlamento.
O PSD, através do deputado Paulo Rios, lembrou que o meio milhão de euros pago a Alexandra Reis "não é do ministro" e sim "dos portugueses". Sobre a TAP o parlamentar diz que a transportadora "é sempre fruto de más notícias e é assustadora a forma repetida como se precipita decisões".
Para o Iniciativa Liberal é fundamental clarificar se a secretária de Estado do Tesouro se demitiu ou foi demitida da TAP. "Caso Alexandra Reis tenha saído da TAP por sua iniciativa e, ainda assim, recebeu uma indemnização milionária de uma empresa em que os contribuintes gastaram 3,2 mil milhões de euros, o caso é inaceitável política e moralmente. Se foi demitida, urge saber os motivos subjacentes", defendem os liberais.
Caso a saída de Alexandra Reis tenha sido por razões de "incompatibilidade com a CEO da TAP, o cenário não melhora". Isto porque "uma CEO com autoridade não resolve um tema de incompatibilidade com uma administradora por parte do Estado com dinheiro. Deveria, isso, sim, articular-se com o ministro da tutela, Pedro Nuno Santos, para encontrarem uma solução que não onerasse mais uma empresa de que todos os portugueses são credores", sublinha o IL.
O PAN considerou hoje "incompreensível" uma indemnização de 500 mil euros numa empresa intervencionada pelo Estado, exortando o Governo a dar explicações sobre a saída da atual secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, da TAP. "É incompreensível que alguém queira sair de uma empresa intervencionada pelo Estado e que leve consigo meio milhão de euros. Aguardamos todos que o Governo quebre o silêncio e explique ao país como é que se permitiu isto na TAP", escreveu a porta-voz do PAN, numa publicação na rede social Twitter.