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ANA fechou 2020 com prejuízo “pela primeira vez”
O presidente executivo da concessionária dos aeroportos nacionais avançou no Parlamento que devido à crise na aviação provocada pela pandemia a ANA perdeu 200 milhões em termos de tesouraria, assim como 600 milhões de euros de receitas em 2020.
A ANA – Aeroportos de Portugal vai apresentar resultados negativos "pela primeira vez em 2020", afirmou esta terça-feira no Parlamento Thierry Ligonnière, CEO da concessionária dos aeroportos nacionais detida pelo grupo francês Vinci, sem detalhar valores.
Na audição na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação sobre o aeroporto do Montijo, o responsável afirmou que com a "aviação a viver tempos difíceis", a ANA "perdeu 200 milhões em termos de tesouraria e 600 milhões de euros de receitas" em 2020.
No entanto, acrescentou, "apesar desta situação financeira, a ANA investiu mais de 76 milhões de euros na sua rede de aeroportos" e "contrariamente à maioria empresas do setor não recorremos ao lay off nem fizemos despedimentos", tendo as saídas de trabalhadores sido feitas por mútuo acordo.
"O início bem sucedido da concessão e o facto de pertencermos a um grupo internacional resiliente e sólido, permitiu à ANA ultrapassar o primeiro ano de crise sem reestruturações ou dinheiros públicos", afirmou ainda o CEO.
Entre 2013 e 2019 a ANA gerou lucros que, somados, chegaram a 1.174 milhões de euros, o que lhe permitiu distribuir 600 milhões de euros aos acionistas. Só em 2019 a ANA obteve lucros de 301,8 milhões de euros, tendo o volume de negócios do grupo atingido nesse exercício 898,4 milhões de euros, dos quais 657,3 milhões relativos ao negócio aviação. No conjunto dos anos que já leva a concessão da ANA, o grupo francês obteve com os aeroportos portugueses receitas totais de 4,2 mil milhões de euros.
A Vinci pagou 3.080 milhões de euros pela ANA, tendo 700 milhões sido por assunção de dívida.