A Telefónica obteve no primeiro trimestre do ano lucros de 1,8 mil milhões de euros, anunciou a operadora esta quinta-feira, 14 de Maio. São 2,6 vezes o lucro de um ano antes, mas devido a factores extraordinários. Segundo os jornais espanhóis, os resultados têm o reconhecimento de 1,185 mil milhões de euros de activos por impostos diferidos devido à projecção da diferença entre o valor fiscal e o valor de venda das operações no Reino Unido, através da filial O2.

Mas se o resultado líquido tem factores extraordinários, César Alierta, em comunicado de resultados, assume que a Telefónica iniciou no primeiro trimestre deste ano "um novo ciclo de crescimento". E clarifica: os acessos totais cresceram 10%, as receitas subiram 12,6% e o EBITDA aumentou 7,7%.

A dívida financeira líquida também cresceu, para 45,6 mil milhões de euros, 2,73 vezes o EBITDA. Mas com a venda da O2, o rácio desce para os 2,13 vezes.

Espanha continua a ser o mercado mais desafiante em termos de acessos. Ainda assim no primeiro trimestre a Telefónica conseguiu aumentar os utilizadores em Espanha. É o primeiro trimestre de crescimento desde o segundo trimestre de 2011. Ainda assim não se traduziu, ainda, em crescimento das receitas. Estas caíram 3,8% para 2.878 milhões de euros, mas a operadora diz que, ainda assim, "confirmam o caminho da recuperação", já que caíram menos que no trimestre anterior. O que se deve, segundo a operadora, "ao melhor comportamento comercial e à crescente procura de ofertas de valor acrescentado". Se em Espanha, a Telefónica tem 41,2 milhões de acessos, a sua oferta convergente (Movistar Fusión) já conta com 3,9 milhões de clientes.

O EBITDA em Espanha alcançou 1.282 milhões de euros, menos 8,6% que um ano antes. Em Espanha a margem EBITDA é de 44,5%.

O Brasil, segunda maior operação da Telefónica, continua a registar crescimentos. Em receitas está mesmo a chegar ao valor conseguido em Espanha. No primeiro trimestre as receitas no Brasil atingiram 2.794 milhões de euros, gerando um EBITDA de 840 milhões de euros. A margem EBITDA está assim nos 30,1%, com receitas médias por clientes muito mais baixas do que na Europa. A Telefónica salienta o crescimento da rentabilidade "apesar do impacto negativo devido ao ambiente macro-económico e às mudanças regulatórias". A conclusão da compra da GVT está, entretanto, prevista para "as próximas semanas", o que consolidará a Telefónica Brasil "como operadora integrada com cobertura nacional".