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Telecomunicações em Portugal são "caras" e sobem em contramão com UE
Entre 2009 e 2019, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,6%, opondo-se a uma diminuição de 9,9% no conjunto da União Europeia.
Portugal move-se no sentido oposto à média dos países da União Europeia no que toca ao preço as telecomunicações. Nos dez anos até 2019, por cá, os preços subiram mais de 7%, enquanto no conjunto do bloco houve um alívio de quase 10%. Desta forma, Portugal posiciona-se entre os países onde estes serviços são considerados caros por Bruxelas.
"Os preços dos serviços móveis, dos serviços individualizados de Internet e de pacotes de serviços para níveis de utilização mais reduzidos encontram-se acima da média dos países considerados", escreve a Anacom, num comunicado enviado às redações, e no qual cita estudos elaborados pela Comissão Europeia sobre os preços de banda larga móvel.
Entre 2009 e 2019, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,6%, opondo-se a uma diminuição de 9,9% no conjunto da União Europeia. Isto apesar de, no ano passado, a disparidade ter sido reduzida, devido à entrada em vigor do Regulamento Europeu que reduziu os preços das chamadas intra-UE.
Portugal posiciona-se como o segundo país na União Europeia onde os preços das telecomunicações mais subiram entre 2009 e 2019, logo a seguir à Roménia, onde os valores aumentaram 16,3%. São apenas sete os países nos quais os preços subiram, contra 16 onde existiu uma redução – com a ressalva de que não existem dados para o Reino Unido, Irlanda, Malta, Suécia e Estónia. Dinamarca, França e os Países Baixos viram as maiores quebras, de 29%, 24,5% e 23%, respetivamente.
Prestadores sofrem ainda assim
"Releva-se ainda que os principais prestadores de comunicações eletrónicas (Meo, Nos e Vodafone) aumentaram as mensalidades e outros elementos tarifários dos serviços de telecomunicações residenciais em Portugal entre 2009 e 2016, normalmente no início de cada ano. Neste período os preços das telecomunicações cresceram 12,4%", assinala o regulador.
Contudo, a subida nos preços não se traduz, diretamente, em maiores ganhos para os prestadores de serviço. "As alterações dos padrões de consumo observadas em Portugal, nos últimos anos, contribuíram para reduções de receitas apesar dos aumentos dos preços", ressalva a Anacom.