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PT SGPS convoca AG para 12 de Janeiro para decidir sobre venda da PT Portugal à Altice

A reunião magna dos accionistas visa analisar a venda da PT Portugal à Altice. É esse voto favorável que falta para os franceses avançarem com a operação.

Pedro Elias/Negócios
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A Portugal Telecom SGPS convocou os accionistas da empresa a reunirem-se em Assembleia Geral no próximo dia 12 de Janeiro às 15h.

 

A AG decorrerá na sede da empresa em Lisboa, refere o comunicado divulgado na CMVM.

 

Da ordem de trabalhos consta um único ponto: apreciar a venda da totalidade do capital social da PT Portugal aos franceses da Altice e deliberar sobre a sua aprovação, nos termos solicitados pela brasileira Oi.

 

Recorde-se que o conselho de administração da Oi deu parecer favorável à venda da PT Portugal à Altice, tendo a decisão oficial sido comunicada no dia 8 de Dezembro.

 

Entretanto, a Altice já assinou um acordo definitivo para a compra da PT Portugal. No entanto, para a operação se concretizar os accionistas da PT SGPS têm de aceitar a operação. Foi nesse sentido que foi agora convocada a AG.

 

A Oi tinha recebido duas propostas para vender os activos da PT Portugal: a da Altice, onde constava uma parceria comercial com os CTT, caso fosse bem sucedida na compra; e a dos fundos Apax e da Bain, proposta que contou com a entrada de um novo sócio, a Semapa.

 

Numa primeira fase as duas propostas diferiam em 50 milhões de euros, a favor dos fundos que ofereciam 7.075 milhões de euros, e ambas propunham o diferimento de pagamento de 800 milhões de euros, mediante o alcance de objectivos.

 

Depois, a 30 de Novembro, a Altice elevou a parada ao propor pagar 7.400 milhões de euros (mais 325 milhões do que a proposta dos fundos), com um diferimento de 500 milhões. Ou seja, nesse valor estão incluídos 500 milhões que só serão pagos se a PT Portugal atingir determinadas metas ao nível de rentabilidade e de vendas.

 

Esta subida da oferta por parte da Altice valeu-lhe a garantia de negociações exclusivas com a Oi, tendo o contrato de exclusividade para as negociações um prazo de 90 dias.

 

 
Quem é a Altice?

Em Portugal, a Altice começou a ser falada quando, em dois anos, comprou de uma assentada dois operadores no País. A Cabovisão e a Oni, que, respectivamente, tinham operações ligadas ao consumidor residencial e ao empresarial. Já tinha a Cabovisão e estava em processo de compra da Oni, quandoJoão Zúquete da Silva, director-geral da Cabovisão, assumia, em conferência de imprensa, que o objectivo era ser "o segundo operador de telecomunicações em Portugal no curto ou médio prazo", mas não disse, em Junho de 2013, como conseguiria o feito.

 

Agora a Altice surge como uma das principais interessadas na PT Portugal. Para comprar a empresa que detém a marca Meo precisará de muito mais do que os 500 milhões de euros que disse em 2012 estar disposta a investir em Portugal

 

O grupo Altice já se assume como multinacional cabo e telecomunicações com presença em França, Israel, Bélgica, Luxemburgo, Portugal, Suíça e Caraíbas.

 

Saltou para os jornais internacionais quando adquiriu, em França, a SFR, a segunda maior operadora móvel em França, a seguir à Orange. Há quatro operadores móveis com infra-estruturas próprias no mercado gaulês. A SFR tem menos de 30% de quota no mercado móvel. A SFR tem também desenvolvido o projecto de internet de alta velocidade fixa. A SFR acabou por ser uma negócio avaliado em 17 mil milhões de euros, tendo já recebido luz verde para concretizar a compra.

 

Em França, a Altice detém, ainda, a Numericable, que cotou em bolsa este ano, e que tem a rede de fibra óptica que cobre mais de cinco milhões de lares. A Altice detém 30% da Numericable, tendo a Carlyle 26,3%.

 

Em Israel, detém a operadora Hot, que detém uma operação de cabo e móvel. No final de 2013, esta empresa tinha 1,127 milhões de clientes no cabo e 810 mil subscritores móveis.

 

Na Bélgica e Luxemburgo detém a Coditel. Está também em Guadalupe, Martinica e República Dominicana.

 

O grupo Altice é liderado por Patrick Drahi (na foto) que começou a sua carreira profissional no grupo Philips em 1988, passando depois pela Kinnevik-Millisat. Em 1993, fundou a CMA, uma firma de consultoria especializada em comunicações e media e ainda criou duas operadoras de cabo: a Sud Cable Services (1994) e a Media Reseaux (1995), que, no ano 2000, foi adquirida pela UPC.

 

Arrancou com a Altice em 2002. Segundo a revista Forbes, Patrick Drahi está na posição 133 na lista de milionários, com uma fortuna avaliada em 9,4 mil milhões de dólares. Na Wikipédia, está descrito como empresário franco-israelita, nascido em Marrocos em 1963 e residente na Suíça. Alexandra Machado

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