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Pedro Mota Soares: “Os preços das telecomunicações subiram sempre abaixo da inflação”

Os contratos das telecomunicações permitem atualizações e nada impede que os preços venham a subir. A constatação é do secretário geral da associação do setor, em entrevista ao Negócios e Antena 1.

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O secretário geral da Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas sublinha que nos últimos anos a subida de preços foi sempre abaixo do valor da inflação e não afasta o cenário de subida em 2024.

Em entrevista ao Negócios e Antena 1, Pedro Mota Soares diz que "se olharmos para os últimos dez anos, o preço subiu sempre abaixo da inflação" e recorda que apesar da Anacom ter receado aumentos de 7%, "não foi isso que aconteceu. Os dados estatísticos mostram que o preço das comunicações foi abaixo disso, quando os operadores viram os seus custos aumentar e sofreram muito em 2022 e 2023. O preço está bastante abaixo da inflação registada historicamente, nos últimos dez anos, cinco anos, até nos últimos dois anos".

Mota Soares argumenta também que "os custos que as famílias em Portugal têm com comunicações são reduzidos face ao resto da Europa".

Recordando que "a lei e os contratos de cada um dos consumidores preveem a forma como podem ser atualizados anualmente", o representante do setor explica que "a Anacom não teve procedimentos relativamente às atualizações".

A massificação do 5G também poderá levar a aumentos do preço cobrado ao consumidor, mas isso "depende da política comercial dos operadores", afirma.

"A concorrência leva a um conjunto de ofertas que protegem o consumidor. Em Portugal, mesmo com as dificuldades que tivemos no leilão, temos uma cobertura de 95% da população. Isto denota o esforço de investimento do setor, que em 2022 foi de 1,6 mil milhões de euros. Mesmo com os atrasos do leilão, Portugal tem não só uma cobertura muito grande, como tem vindo a ganhar prémios de melhor experiência de utilização do 5G".

Mota Soares insiste também que, ao contrário do que diz o regulador das telecomunicações, os preços praticados em Portugal estão abaixo da média europeia.

"O único estudo que comparou o que é comparável foi realizado pela Deloitte, numa lógica que foi pegar num pacote de comunicações em Portugal e ver quanto é que esse pacote custa noutros países. Foi um estudo promovido pela Apritel, porque o regulador nunca o fez. Um pacote em Portugal com os serviços disponibilizados normalmente ao consumidor é dos mais baratos na Europa, mesmo comparando com a paridade do poder de compra", atira.

O secretário-geral da Apritel explica ainda que "em Portugal a maior parte dos consumidores compra as comunicações em pacote, compra gigas com o telefone e muitas vezes com a televisão. Quando olhamos para esse pacote, percebemos que os preços são baixos comparados com os europeus" e por isso, ao fazer comparações, "não se deve isolar um serviço. Se eu isolar um serviço, não é representativo do mercado. Nos últimos 10 anos, o mercado perdeu quase 25% das receitas, quando está a entregar muito mais produtos, muito mais comunicações, muito mais gigas. Hoje há mais serviços e o preço unitário por serviço baixou", vinca.
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