A Moody's não antevê consolidações extra-fronteiriças na Europa. As consolidações podem continuar dentro de cada mercado nos próximos 12-18 meses, mas as operações entre operadores incumbentes de diferentes países é difícil por falta de flexibilidade financeira, mas também por questões políticas, admite Carlos Winzer, vice-presidente senior da Moody's, que falava numa conferência telefónica com jornalistas.

A Moody's emitiu a sua projecção para o sector das telecomunicações para os próximos 12-18 meses, mantendo o "outlook" negativo para o sector. No caso da Portugal Telecom o "rating" está em revisão para uma melhoria devido á fusão com a Oi. Carlos Winzer acredita que se a fusão for concretizada, o rating da PT pode vir a ter o mesmo nível da Oi.

Ainda assim, as telecomunicações na Europa continuam pressionadas, especialmente devido ao ambiente macro-económico, mas também à pressão concorrencial.

A perspectiva negativa deve-se à projecção de que as receitas não crescem ou têm mesmo uma queda em torno dos 0,5%. A perspectiva evoluiria para estável se as receitas crescessem entre 1% e 3% e evoluiria para um "outlook" positivo com uma subida de receitas superior a 3%. 

As margems EBITDA deverão, também, estabilizar em 2014, depois de uma possível queda de 1% em 2013, havendo também uma pressão ao nível do investimento. Esta pressão é empurrada pela Vodafone que ficou "rica" com a venda da sua participação na Verizon. Por isso o investimento em percentagem das receitas poderá atingir os 18% em 2014. 

Já em relação à regulação, a Moody's acredita que os reguladores vão aliviar o pé do acelerador, mas ainda assim Carlos Winzer diz não ser certa a forma como evoluirá a Comissão Europeia na autorização de consolidações e na regulação das redes de nova geração.