Notícia
Lucro dos CTT cai 44% para 17,7 milhões de euros até Junho
Os resultados do primeiro semestre foram penalizados pela queda da área de negócio de correio, pela perda de receitas com o fim do contrato com a Altice e pela reestruturação em curso com a compra da Transporta.
Os CTT registaram lucro de 17,7 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa uma descida de 44% face ao mesmo período do ano passado. Excluindo os rendimentos e gastos não recorrentes, o resultado líquido situa-se em 26,4 milhões de euros, uma queda de 22,8%.
As receitas totais da empresa liderada por Francisco de Lacerda (na foto) registaram uma ligeira subida de 0,3% para 352 milhões de euros, com o Banco CTT a contribuir com 3,5 milhões de euros.
O negócio de correio continua em queda, tendo gerado de Janeiro a Junho deste ano 270 milhões de euros, menos 0,8% face ao mesmo período em análise do ano anterior. Isto apesar do aumento de preços que entrou em vigor a 4 de Abril deste ano.
Em contrapartida, a área expresso e encomendas registou um aumento de 4,8% para 62,8 milhões de euros e os serviços financeiros registaram uma subida de 1,8% dos proveitos para 32,8 milhões de euros.
Os produtos de dívida pública - Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro Poupança Mia (CTPM) - continuam a impulsinar este segmento, valendo aproxidamente 52% do total de rendimentos desta área de negócio.
Segundo o comunicado emitido esta segunda-feira, 31 de Julho, à CMVM, o EBITDA (lucros antes de impostos, amortizações e depreciações) alcançou 45,7 milhões de euros, o que traduz uma descida de 19,8%.
A empresa justifica a queda dos resultados com a perda de receitas no valor de 5 milhões de euros com o fim do contrato com a Altice (dona da Meo) em 2016, com a "queda do tráfego de correio endereçado [de 5,6%] superior à estimada", e devido à aquisição da Transporta "com as respectivas integração e reestruturação actualmente em curso".
Além disso, "a evolução do Banco CTT ainda com impacto negativo nas contas consolidadas," também continua a contribuir negativamente para os resultados.
A aquisição da Transporta, por cerca de 1,5 milhões de euros, foi concluída no início de Maio. E, tal como o Negócios tinha noticiado, o processo de integração no universo CTT levou ao arranque de um processo de despedimento colectivo de cerca de 40 pessoas da Transporta.
No que toca ao acordo com a Altice para explorarem sinergias em exclusividade, anunciado em Novembro de 2014 quando a Altice estava na corrida pela compra da PT, terminou no final de Dezembro de 2016. O memorando de entendimento previa o pagamento de 15 milhões de euros aos CTT, depois da compra da Meo estar concluída, e de outra tranche de igual valor quando chegassem a um acordo final sobre as sinergias.
Na primeira metade do ano o investimento da empesa situou-se em 7,2 milhões de euros, uym valor 42m3% inferior ao registado no período homólogo (12,5 milhões de euros).
Do total deste montante, os CTT destacam que 4 milhões de euros foram destinados para o Banco CTT, nomeadamente para "sistemas informáticos, ATM’s, obras em edifícios e instalações, mobiliário e outros equipamentos.