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Líder da Nos "satisfeito" com actual dimensão da operadora
O presidente executivo da Nos, Miguel Almeida, mostrou-se satisfeito com a quota de 30% que a operadora detém no mercado português de telecomunicações, afastando a ambição de chegar a líder de mercado.
"A dimensão que temos hoje satisfaz-nos. Queríamos chegar aos 30%. Nunca dissemos que queríamos chegar a número um. Que continue lá quem lá está, que está muito bem", afirmou o gestor, durante um jantar-debate promovido na terça-feira, 6 de Junho, pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) em Lisboa.
"Demos um primeiro salto com a fusão [entre a Zon e a Optimus]. Continuamos a avançar depois da fusão. Toda a gente quer ser número um. Mas não é obrigatório para a visão que temos para a nossa empresa", reforçou Miguel Almeida.
Segundo o responsável, a Nos tem vindo a "percorrer um caminho sólido" desde a fusão, mas há ainda um percurso grande a fazer até apanhar o líder de mercado, a Meo (do grupo PT).
Miguel Almeida apontou para a diferença significativa existente com o líder ao nível das receitas e admitiu a ambição de a Nos se aproximar da Meo neste domínio.
"Trabalhamos para encurtar essa diferença. Nunca dissemos que queríamos ser absolutos do mercado e continuamos sem dizê-lo. Queremos continuar a crescer, mas o líder incumbente no mercado tem a sua posição", vincou.
Sobre os números hoje revelados pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), que anunciou que a Nos registou pela primeira vez a quota mais alta do mercado em termos de subscritores de pacotes de serviços de comunicações eletrónicas, com 39,4%, contra os 39,2% da Meo e os 16,4% da Vodafone, Miguel Almeida considerou uma evolução natural.
"Os números de hoje são mais uns em linha com os que têm saído. Também somos líderes noutros segmentos. E não tivemos nada a ver com a divulgação dos números hoje pela Anacom", lançou o responsável, que foi o orador do evento organizado pela APDC.
Quem também participou neste encontro foi Paulo Neves, presidente executivo da Portugal Telecom (PT), que detém a Meo. Depois de ter assistido na plateia à intervenção do ‘rival' Miguel Almeida, Paulo Neves prestou algumas declarações aos jornalistas presentes.
"Sobre a notícia que saiu hoje na comunicação social e que foi aqui amplificada [de que a Nos superou a Meo pela primeira vez em número de clientes de pacotes de serviços], é preciso realçar que, sendo verdade, não reflecte a quantidade de serviços englobados em cada tipo de pacote. A PT é líder no P5 (pacote de serviços que inclui televisão, telefone fixo, telemóvel, internet fixa e internet móvel) e isso reflete-se nas receitas superiores", realçou.
"Prefiro ter um cliente P5, do que três clientes P3. Temos muito mais clientes com mais serviços", acrescentou Paulo Neves. E reforçou: "Temos mais 3,5 milhões de clientes do que o segundo operador [a Nos]. Continuaremos a ser líderes nas telecomunicações a larga distância".
O gestor destacou também que, em Portugal, a Meo só não é líder na televisão, sublinhando que foi o 'challenger' [perseguidor] à Nos e vincou que a estratégia da operadora da PT é "puxar os clientes para o P5".