Notícia
Orange nega interesse na PT Portugal
O jornal francês "Le Monde" noticiou que a francesa Orange poderá avançar para a compra da PT Portugal caso a companhia de Patrick Drahi mostre disponibilidade para vender. A Orange negou o interesse e a Altice também desmente este cenário.
A francesa Orange quer crescer no mercado de telecomunicações europeu, estando atenta às oportunidades que possam surgir. A Altice passa por um período de turbulência financeira, devido aos elevados níveis de dívida que apresenta, tendo colocado em marcha um plano de reestruturação que passa pela venda de activos e corte de custos.
É este o cenário que leva o jornal francês "Le Monde" a escrever, no final do dia 22 de Janeiro, que a Orange poderá avançar para a compra da PT Portugal caso a companhia de Patrick Drahi mostre disponibilidade para vender.
A compra da empresa portuguesa que controla a Meo possibilitaria à Orange reforçar a sua presença no mercado ibérico de telecomunicações, onde já controla a Jazztel, que adquiriu por 3,5 mil milhões de euros em 2015.
Contudo, a empresa francesa veio desmentir este interesse. "Não há nenhum plano relacionado com a Portugal Telecom. Não está na nossa agenda", referiu fonte oficial da Orange à agência de notícias Dow Jones. Também a Altice, em declarações ao Negócios, nega este cenário e relembra que tem reiterado que a PT Portugal é um activo essencial para o grupo.
Na nota de "research" diária desta quinta-feira, 25 de Janeiro, os analistas do BPI referem que este cenário de interesse da Orange na PT Portugal representaria uma oportunidade para a Nos ganhar quota de mercado, devido à desfocagem da Altice na empresa portuguesa.
Uma eventual aquisição da PT Portugal pela Orange envolveria valores próximos aos que a Altice pagou à brasileira Oi pela empresa portuguesa em 2014, ou seja, 7 mil milhões de euros, referiu o jornal.
Quando nos últimos meses de 2017 a Altice sofreu quedas violentas em bolsa devido à pressão dos investidores assustados com a elevada alavancagem da empresa (50 mil milhões de euros, a dívida mais elevada entre as telecoms europeias), a empresa de Patrick Drahi anunciou um plano de venda de activos. Este não integrava a PT Portugal, com a Altice na altura a reafirmar o interesse estratégico da operadora portuguesa, bem como na OPA sobre a Media Capital.
Caso este negócio fosse para frente, seria um regresso da empresa francesa ao mercado português, mas agora de forma directa. Em 2013 a Orange (antiga France Telecom) alienou 20% da Sonaecom, colocando fim a uma aliança histórica entre as duas empresas que foi criada no âmbito da entrada da Sonae no mercado das telecomunicações português.
De acordo com o Le Monde, o CEO da Orange (Stéphane Richard) apresentou ao Estado francês (que é o maior accionista da operadora) os seus planos de expansão da companhia, no âmbito da sua recondução à frente da Orange. Em 2016 a empresa falhou as negociações com vista à aquisição da Bouygues, num movimento de consolidação que teria reduzido o número de concorrentes no mercado de telecomunicações francês.
(notícia actualizada com desmentido da Orange e comentário dos analistas do BPI)