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Esqueça o 5G. Os Estados Unidos e a China já estão a lutar pelo domínio do 6G

A maior parte do mundo ainda não conhece os benefícios de uma rede 5G, mas a corrida geopolítica pela próxima grande vaga de tecnologia de telecomunicações já começou.

Diogo Sousa, “partner” da KPMG, está confiante de que Portugal ainda não perdeu todas as corridas do 5G.
Eric Gaillard/Reuters
14 de Fevereiro de 2021 às 15:00
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Para empresas e governos, há muito em jogo. Os primeiros a desenvolver e patentear o 6G serão os maiores vencedores do que alguns chamam de próxima revolução industrial. Embora ainda falte pelo menos uma década para se tornar realidade, o 6G - que pode ser até 100 vezes mais rápido do que a velocidade de pico do 5G - pode fornecer o tipo de tecnologia que só vemos na ficção científica, como hologramas em tempo real, táxis voadores, e corpos e cérebros humanos ligados à Internet.

A disputa pelo 6G já aqueceu, embora continue a ser uma proposição teórica, e evidencia como a geopolítica alimenta rivalidades tecnológicas, particularmente entre EUA e China.

"Este esforço é tão importante que se tornou uma corrida armamentista até certo ponto", disse Peter Vetter, responsável por acesso e dispositivos da unidade de investigação Bell Labs, da Nokia. "Será necessário um exército de investigadores para se manter competitivo."

Anos de animosidade alimentados pelo governo de Trump atingiram duramente empresas de tecnologia da China, mas isso não impediu o país de emergir como líder no 5G. A nação asiática tem a maior pegada 5G do mundo e, apesar das várias tentativas dos EUA para a impedir, a Huawei Technologies supera os fornecedores rivais a nível mundial, principalmente por oferecer preços atrativos.



O desenvolvimento do 6G pode dar aos EUA a oportunidade de recuperar o terreno perdido na tecnologia sem fios.

"Ao contrário do 5G, os EUA não deixarão passar tão facilmente a oportunidade de uma liderança geracional desta vez", disse Vikrant Gandhi, diretor sénior de tecnologias da informação e comunicação da consultora Frost & Sullivan, nos EUA. "É provável que a competição pela liderança no 6G seja mais aguerrida do que pelo 5G."

O 6G já está na mente dos governos em Washington e Pequim. Trump escreveu no Twitter no início de 2019, por exemplo, que queria o 6G "o mais rápido possível".

A China já está a avançar. O país lançou um satélite em novembro para testar ondas de rádio para potencial transmissão 6G, e a Huawei tem um centro de pesquisa 6G no Canadá, segundo relatos dos media canadianos. A fabricante de equipamentos de telecomunicações ZTE também se associou à China Unicom Hong Kong para desenvolver a tecnologia.

 

Os EUA começaram a esboçar as linhas da batalha 6G. A Alliance for Telecommunications Industry Solutions, um desenvolvedor de padrões de telecomunicações dos EUA conhecido como ATIS, lançou a Next G Alliance em outubro para "promover a liderança norte-americana no 6G". Os membros da aliança incluem gigantes da tecnologia como Apple, AT&T, Qualcomm, Google, Samsung Electronics, mas não a Huawei.

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