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Meo e sindicatos assinam acordo para aumento médio de 1% nos salários
Revisão do acordo colectivo de trabalho prevê um aumento de 2,5 milhões de euros por ano da massa salarial da Altice Portugal. Alexandre Fonseca fala em “momento histórico”.
A Altice Portugal e os sindicatos que representam os trabalhadores da operadora assinaram esta quarta-feira, 11 de Julho, a revisão do acordo colectivo de trabalho (ACT). Um passo que põe fim ao braço-de-ferro mantido há mais de um ano e que até motivou uma greve no ano passado, o que já não acontecia há 10 anos.
"Este é um dia extremamente importante. É um momento histórico. É um momento inédito no passado recente da Altice Portugal e que nos deve encher de orgulho", frisou Alexandre Fonseca, presidente executivo da empresa, na abertura da cerimónia da assinatura do acordo que, pela primeira vez, foi assinado por todos os sindicatos do sector.
Perante os representantes das várias estruturas sindicais e os jornalistas, o gestor destacou algumas das novas medidas que considerava mais relevantes. O aumento de 4% para os trabalhadores com níveis salariais mais baixos foi um dos pontos destacados. Mas, em média, a maioria dos trabalhadores vai ter um aumento de 1% "que vai representar 2,5 milhões de euros anuais de incremento daquilo que é a massa salarial", revelou Alexandre Fonseca. A Meo tem actualmente cerca de 10 mil trabalhadores.
O novo acordo prevê ainda um dia adicional de férias indexado à assiduidade, reforço dos apoios de parentalidade ou, por exemplo, a revisão dos benefícios de comunicações.
Sublinhando que a "estabilidade" e a "paz social" eram dos principais compromissos da gestão da dona da Meo, Alexandre Fonseca quis ainda deixar "uma palavra de apreço às estruturas sindicais pela flexibilidade, abertura e empenho".
Estas palavras surgem depois de vários meses de negociações e polémicas em torno da situação laboral dos trabalhadores da Meo desde que a empresa foi comprada pela Altice, em Junho de 2015.
Os sindicatos chegaram a acusar a empresa de "assédio moral". Uma situação que foi corroborada pela ACT no relatório que detectou mais de 100 infracções no âmbito das inspecções que realizou entre Janeiro de Julho de 2017.
Para Jorge Félix, representante do STPT, a assinatura deste acordo é importante. Mas mais do que os aumentos salariais, destaca que um dos pontos mais importantes foi o compromisso público por parte da gestão da dona da Meo de que não haverá despedimento colectivo.
Questionado sobre se o recente acordo representa o fim do braço de ferro entre os sindicatos e a empresa respondeu: "Sinceramente espero que sim".