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AT&T colaborou com a NSA para espiar as comunicações
A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos encontrou na companhia de telecomunicações AT&T um parceiro particularmente eficaz para espiar as comunicações, segundo novas informações encontradas nos documentos do antigo consultor Edward Snowden.
De acordo com o The New York Times e o 'site' de jornalismo de investigação ProPublica, que continuam a descodificar dados divulgados, a norte-americana AT&T é descrita como uma empresa "extremamente cooperativa", que demonstrou "uma grande vontade de colaborar".
Segundo o The New York Times, não é claro se o programa descrito pelos documentos, datados entre 2003 e 2013, continua activo hoje em dia.
Os documentos mostram que a AT&T permitiu à NSA ter acesso a milhares de 'emails' trocados em território norte-americano, incluindo na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, local onde aquela companhia norte-americana é a fornecedora do acesso à Internet.
A vigilância das trocas electrónicas da sede das Nações Unidas foi ordenada por um tribunal federal internacional, segundo os documentos.
Washington disse, entretanto, à ONU que não mais iria recolher dados sobre as suas comunicações.
As empresas de telecomunicações Verizon e MCI (comprada pela Verizon em 2006) também colaboraram com a NSA.
A AT&T começou em 2011 a fornecer diariamente à NSA mais de um milhar de registos de telemóveis. O objectivo era obter um fluxo "operacional antes do décimo aniversário do 11 de Setembro", indicam os documentos analisados pelos média.
Depois das revelações de Edward Snowden em 2013, as autoridades afirmaram que a vigilância das comunicações dizia respeito essencialmente às linhas fixas e não de telemóveis.
Edward Snowden está na Rússia ao abrigo de um asilo temporário que lhe foi concedido a 01 de agosto de 2013 pelo prazo de um ano e prolongado por mais três anos em agosto de 2014.
Acusado de espionagem nos Estados Unidos, arrisca uma pena de prisão de até 30 anos no seu país.
Os documentos que Snowden enviou a alguns jornalistas revelavam programas de espionagem de uma dimensão até então totalmente desconhecida.
A recolha pela NSA de metadados das chamadas telefónicas, incluindo nos Estados Unidos, e sem qualquer controlo judicial, preocupou particularmente os defensores das liberdades individuais.
A Casa Branca rejeitou, no final de julho, uma petição assinada por 167.954 pessoas de perdão incondicional para o ex-consultor da NSA que desvendou as reais dimensões da rede de espionagem electrónica dos Estados Unidos.