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Analistas aplaudem a Nos mas alertam sobre concorrência na fibra
Barclays, Morgan Stanley e Credit Suisse apontam para subidas nas cotações, com preços-alvo acima dos valores de negociação atuais. Fazem, contudo, referência ao possível impacto negativo da concorrência na fibra ótica.
A Nos reportou lucros de 141,4 milhões de euros para 2018, tendo excedido ligeiramente as estimativas dos analistas e colocado os títulos acionistas a reagir em alta. Barclays, Morgan Stanley e Credit Suisse veem potencial de valorização nas ações, mas deixam notas sobre a ameaça que a concorrência na fibra ótica constitui.
Os analistas do banco Barclays têm uma recomendação de "Underweight/Positive" para as ações e colocam o preço-alvo nos 5,50 euros, que comparam com os 5,31 euros do último fecho desde a apresentação de resultados, o que traduz um potencial de 4%. Os mesmos especialistas consideram que os indicadores de desempenho relativos aos clientes da operadora são "robustos". O aumento de 6% na base de clientes entre 2017 e 2018 "deverá permitir uma defesa forte à medida que a implementação de fibra da parte dos concorrentes acelera o passo". Quanto ao negócio de B2B (business to business), o mesmo banco observa que "não há mudanças na dinâmica".
O Morgan Stanley considera a indústria onde a Nos opera "atrativa" e confere uma recomendação aos títulos de "equal-weight", o que significa que os retornos esperados se situaram em linha com o universo de cotadas da mesma indústria que é coberto pelo banco. O preço-alvo avançado é, assim, de 6 euros. Nos riscos para o preço-alvo, o banco nomeia o "impulso agressivo" da PT na implementação da fibra ótica e a "deterioração no mercado de B2B". O gigante americano afirma que tanto o EBITDA como as receitas apresentaram uma "superação pequena" relativamente às expectativas.
Já o Credit Suisse mostra-se o mais otimista em termos de preço-alvo, apontando para os 6,10 euros. O banco classifica ainda a empresa com a avaliação de "outperform". Para estes analistas, "o ponto luminoso" nas contas da cotada "é a aceleração nas receitas com clientes de telecomunicações", e estima que estas continuem a aumentar a um ritmo de 2% ao ano ao mesmo tempo que o investimento na rede deverá baixar. Esta casa de investimento considera ainda que os indicadores de desempenho estão "algo mais fracos dadas as perdas nos subscritores DTH", isto é, do negócio da televisão por satélite, perdas que estarão relacionadas com a expansão da rede de fibra.
No relatório de resultados, a Nos reconhece que "os clientes de DTH têm vindo a migrar cada vez mais para tecnologias de acesso fixo com largura de banda superior, proporcionando soluções mais sofisticadas e interativas, fornecidas quer pela Nos quer pelos seus concorrentes", mas afirma que continua "a alargar a nossa cobertura de rede fixa de nova geração" e projeta uma penetração de 70% de FttH (fibra para o lar) na rede fixa até ao final de 2022.
As ações da Nos valorizam 3,02% para 5,465 euros e chegaram a negociar durante a sessão nos 5,495 euros, um máximo desde 13 de fevereiro.
O resultado líquido consolidado de 141,4 milhões de euros em 2018 correspondeu a um aumento de 15,8% face ao ano precedente – acima dos 15% para os quais os analistas apontavam . As receitas consolidadas subiram 1,1% no mesmo período e a quota de mercado também ter aumentado para 32,8% no final do primeiro semestre de 2018, diz a empresa, citando dados do regulador.
A justificar este desempenho, segundo a Nos, esteve o aumento de 2,1% do número de serviços prestados, para 9,605 milhões, com adições líquidas de 193 mil face ao final de 2017.