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Altice quer mudanças no lançamento do 5G por causa da pandemia
O CEO da Altice Portugal deixou esta sexta-feira fortes críticas ao regulador das telecomunicações por manter inalterado o caderno de encargos da nova rede de geração móvel. "O único responsável que pelos vistos acha que o mundo não mudou é o presidente da Anacom".
Alexandre Fonseca defendeu esta sexta-feira mudanças no calendário de investimento previsto pelo regulador no caderno de encargos para o leilão do 5G, por causa da pandemia. O lançamento do serviço já só deverá acontecer no primeiro trimestre de 2021.
O CEO da Altice Portugal deixou várias críticas ao regulador, à margem do lançamento do Meo Energia, o novo serviço de comercialização de eletricidade. Alexandre Fonseca começou por questionar a legitimidade da retoma da consulta pública pela Anacom, havendo um decreto-lei que suspendeu o processo e está ainda em vigor. Mas mostrou sobretudo preocupação por a mesma ter sido relançada nos mesmos moldes em que arrancou antes da pandemia.
Para Alexandre Fonseca este deixou de ser um tema prioritário, porque há outros investimentos mais relevantes no atual contexto, como a saúde, a edução e a intervenção social. Argumentou ainda que a capacidade demonstrada pelas redes para suportar aumentos de consumo que chegaram aos 30% na rede móvel e 60% na rede fixa mostram que estas "são mais do que suficientes para aquilo que é o plano de transição digital defendido pelo Governo".
A prioridade deve ir para a diminuição das assimetrias entre litoral e interior, defendeu. "Invista-se em levar as infraestruturas críticas às pessoas em todo o país em detrimento de investimentos que eu hoje sou tentado a dizer que não têm a mesma prioridade que tinham há quatro meses atrás".
Ritmo de investimento mais dilatado
O CEO da Altice Portugal defendeu por isso um ritmo de investimento mais dilatado. "Nós acreditamos que a atribuição de licenças não deve ser paga à cabeça mas à medida que avança a exploração comercial, ao longo de dois, três ou cinco anos".
A ANACOM anunciou na quinta-feira que o leilão para atribuição das licenças de 5G decorrerá entre outubro e dezembro, estando a atribuição dos direitos de utilização de frequências prevista para janeiro ou fevereiro de 2021. Alexandre Fonseca acredita que, apesar da pandemia, o serviço poderá ser lançado algures durante o primeiro trimestre.