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Alexandre Fonseca: o contrato do Siresp foi "claramente" mal pensado

Todos os objectivos do contrato do Siresp foram cumpridos, o problema é que esses objectivos eram insuficientes para uma rede de emergência nacional, afirma o CEO da Altice Portugal. Alexandre Fonseca lembra que a Altice continuará a ser a operadora da rede, mas descarta quaisquer responsabilidades se algo correr mal no futuro. Essas caberão ao novo proprietário da empresa Siresp, ou seja o Estado.

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22 de Junho de 2019 às 22:09
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O CEO da Altice Portugal não tem dúvidas: o contrato inicial do Siresp foi mal pensado e isso explica as insuficiências do serviço prestado. Numa entrevista com o jornalista Camilo Lourenço, e publicada na sua conta de Facebook, Alexandre Fonseca garante que a Altice tem cumprido todos os níveis de qualidade contratados, o problema está nesses níveis que são claramente insuficientes.

"Desde 2006, não houve um único incumprimento", garantiu. O problema, explica, é que "esses níveis de qualidade, que têm sido sempre cumpridos, são insuficientes". Ou seja, o sistema foi claramente mal pensado. 

"A Altice herdou este contrato e tem vindo a trabalhar ativamente na sugestão de melhorias. Enquanto fornecedor, nós executámos esse contrato. E a Siresp executa o contrato que foi assinado. Mas esses níveis de serviço estão em linha com o que seria a necessidade de um sistema de emergência nacional? Claro que não", afirma o presidente executivo da Altice Portugal. E avança com um exemplo concreto: "a cobertura média que está definida no contrato para o território são 92%. Hoje nós cumprimos, necessariamente todos os anos, na casa dos 99% mas fôssemos cumprir o contrato era 92%. Isto para uma rede de emergência nacional é caricato". A título comparativo, adianta, "a rede comercial da Meo tem muito mais do que isso". 

Na opinião de Alexandre Fonseca, as culpas foram atiradas para o Siresp "por algum desconhecimento", mas também "porque era mais fácil - é sempre o prestador de serviço - mas também não podemos ser ingénuos, o momento em que aconteceu essa discussão foi importante do ponto de vista político", declarou. 

Logo no início da entrevista, o CEO da Altice fez questão em esclarecer que "independentemente de quem seja o dono da empresa, o funcionamento da rede tem de ser assegurado por quem conhece e tem conhecimentos técnicos para operar essa rede". Ou seja, "independentemente do Estado ter comprado 100% da Siresp SA, a rede Siresp continuará a ser operada pela altice, pelos técnicos da Altice e pelos engenheiro da Altice nas infraestruturas da Altice".

Questionado se não receia que a Altice, enquanto fornecedora, acabe por ser responsabilizada pelo Governo caso alguma coisa corra mal no combate aos incêncidos, Alexandre Fonseca mostrou-se tranquilo, lembrando as declarações do Governo e do próprio Presidente da República. Daqui para a frente, "o Estado assume a liderança da Siresp e cabe-lhe a gestão, a manutenção e a otimização da rede. Do nosso lado, enquanto prestadores de serviço, nós sempre cumprimos os níveis de qualidade". Além disso, sustenta, "a Altice é a única entidade com as infraestruturas" necessárias, tal como as torres, a fibra óptica ou a capilaridade que suporta a rede Siresp". 


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