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YouTube vale 50 milhões do PIB e 3.900 empregos em Portugal

A plataforma de vídeos mais popular do mundo, que partilha as receitas com os criadores de conteúdo, tem em Portugal acima de “700 canais com mais de 100 mil subscritores” e cerca de “60 com mais de um milhão”, tendo já gerado um volume de emprego que equivale “mais ou menos ao tamanho de uma Corticeira Amorim”.

As receitas de publicidade geradas pelas audiências são partilhadas com os respetivos criadores a 50/50%.
As receitas de publicidade geradas pelas audiências são partilhadas com os respetivos criadores a 50/50%. Dado Ruvic/Reuters
18 de Outubro de 2022 às 04:30
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Criado em 2005, todos os dias, em todo o mundo, são visualizadas no YouTube cerca de mil milhões de horas de vídeos, as quais geram receitas substanciais para os criadores de conteúdo e para outros negócios, sendo cada vez mais os “youtubers” que se dedicam em exclusivo a esta profissão.

Ora, de acordo com o primeiro estudo sobre o impacto do YouTube no nosso país, a que o Negócios teve acesso, o “ecossistema criativo” da plataforma de vídeos mais popular do mundo contribuiu, em 2020, com aproximadamente “50 milhões de euros para o PIB de Portugal” e criou cerca de “3.900 empregos equivalentes a tempo completo”.

Um volume de emprego que corresponde “mais ou menos ao tamanho de uma Corticeira Amorim”, enfatizou Pedro Pina, o português que é vice-presidente do YouTube para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA), em entrevista ao Negócios. Já sobre o impacto da plataforma no PIB português, o gestor da empresa da Google realçou que o valor estimado representa “quase 60% das receitas totais criadas [no país] pelo cinema e ‘shows’ antes da pandemia”.

O estudo realizado pela conceituada consultora Oxford Economics, com sede em Londres, revela que, em Portugal, “mais de 700 canais têm mais de 100 mil subscritores” e que “mais de 60 canais têm mais de um milhão de subscritores “, indicadores que, de acordo com os autores do estudo, sinalizam “um aumento de 15% [até março passado] face ao ano anterior”.

Números “extraordinários”, considera Pina, sublinhando que esta plataforma detida pela Google “já chega a seis milhões de portugueses com mais de 18 anos, sendo o número significativamente maior se juntarmos os que têm idade inferior”, e que, “em média, estão ligados ao YouTube cerca de 40 minutos por dia”.

Em suma, concluiu Pedro Pina, “estamos a falar de uma plataforma que tem uma presença muito significativa em Portugal, que está a chegar a muitos portugueses e que está a contribuir muito significativamente para a economia local”.

De resto, para acentuar a forma como esta plataforma “apoia a atividade económica e sustenta empregos nas suas cadeias de abastecimento e em toda a economia”, o vice-presidente do YouTube EMEA lembrou que, “ao contrário do que fazem as outras plataformas”, esta é equitativa na divisão de proveitos. “O que nós fazemos é uma partilha 50/50%, com as receitas de publicidade que são geradas pelas audiências criadas em Portugal a serem partilhadas com os criadores portugueses, e isso tem imenso valor”, rematou Pedro Pina.

Nuno Agonia, um “youtuber” de sucesso

No trabalho realizado pela Oxford Economics para o YouTube sobre a avaliação dos benefícios económicos, sociais e culturais desta plataforma em Portugal, são apresentados vários casos de estudo, entre os quais se destaca Nuno Agonia, que começou o seu canal do YouTube a partir do zero em 2012, quando ainda trabalhava para uma empresa de informática.

“Passados quase dez anos, as críticas sobre produtos e os vídeos de ‘unboxing’ que publica no seu canal atraíram quase 1,5 milhões de subscritores”, número que é validado pela Social Blade, conhecida plataforma que reolhe informação e dados de atividade das mais variadas redes sociais.

Segundo a Social Blade, Nuno Agonia é o sexto maior “youtuber” português em número de subscritores, podendo ganhar por mês cerca de sete mil euros, valor que não inclui contratos que tem com marcas ou empresas.

“O Nuno também tem desfrutado de um sucesso significativo junto de audiências internacionais: 65% das subscrições e 51% das visualizações no seu canal são de fora de Portugal”, frisa o estudo da Oxford Economics. Adicionalmente, “ele conseguiu estabelecer uma base de fãs no Brasil” e apresentar um programa de televisão no universo SIC.

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