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Telemóveis mais procurados podem esgotar devido à falta de fornecimento

Enquanto as fábricas chinesas atingidas pelo coronavírus tentam reiniciar a produção, a dor de cabeça ainda agora começou para as operadoras que dependem de envios regulares de smartphones por parte da Ásia.

Bloomberg
07 de Março de 2020 às 18:00
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A AT&T prepara-se para uma escassez de telemóveis nos Estados Unidos. Uma operadora no Reino Unido e outra em França já enfrentam cortes no fornecimento e podem ficar sem alguns modelos de maior procura, segundo fontes com conhecimento do assunto.

 

As operadoras de rede britânicas poderão mesmo ter de recorrer aos imensos telemóveis que armazenaram para o caso de uma crise de oferta relacionada com o Brexit, disse o executivo de uma empresa que pediu para não ser identificado.

 

O caos da cadeia de fornecedores pode durar apenas algumas semanas, mas já acaba com as esperanças do setor de smartphones de aumentar as vendas este ano.

 

As vendas mundiais destes aparelhos devem cair 4,3% em 2020, com uma queda de 7,4% na Europa, segundo a consultora Canalys. Antes das paralisações das fábricas chinesas por causa do vírus, a previsão era de um crescimento global de 3,6%.

 

"Já começamos a notar uma enorme falta de smartphones nalguns mercados em todo o mundo", sublinhou Ben Stanton, diretor na Canalys do departamento de estudos sobre telemóveis na Europa, Médio Oriente e África.

 

Segundo o mesmo responsável, a produção global de smpartphones correspondia a 35% dos níveis normais em fevereiro. A expectativa é a de que esse nível suba para 85% este mês e normalize em abril. Mas, com a queda na produção, levará tempo para atualizar as encomendas em atraso para marcas como a Apple, Samsung Electronics e Huawei Technologies.

 

As estimativas da Canalys são baseadas em comentários confidenciais de fabricantes, distribuidores, transportadoras e retalhistas.

 

"Sistema complexo"

 

Cerca de 5 milhões de telemóveis são vendidos todos os dias. Muitas dessas unidades levam apenas algumas semanas para ir da linha de montagem da fábrica até ao consumidor, através de mecanismos rigorosamente coreografados, planeados com meses de antecedência.

 

"A cadeia de fornecedores é um sistema complexo, tão forte quanto o seu elo mais fraco, e atualmente muitos elementos estão dessincronizados", explicou Marina Koytcheva, vice-presidente do departamento de estimativas da CCS Insight.

 

A CCS reduziu em 10% a previsão para as vendas de telemóveis fora da China nos primeiros seis meses do ano. Koytcheva disse que o setor pode enfrentar um problema ainda maior do que engarrafamentos na cadeia de fornecimento se os surtos de vírus atingirem a procura por telemóveis e o crescimento económico em todo o mundo.

 

"A julgar pela fraca procura por smartphones na China em janeiro e fevereiro, essa é uma grande preocupação", salientou.

 

As operadoras esperam que o primeiro iPhone 5G da Apple impulsione as receitas, com um novo ciclo de vendas e com a atualização de planos de clientes. Mas começam a surgir dúvidas quanto ao momento do lançamento, e Stanton, da Canalys, refere que as campanhas de marketing 5G talvez tenham de ser adiadas.

 

Alguns produtos da Apple, como o tablet iPad Pro, têm disponibilidade limitada em loja nas principais cidades dos EUA, Austrália e Europa, de acordo com análise do site da empresa.

 

O vírus levou a um "modesto aperto" da oferta de iPhones nas últimas duas semanas, segundo a Loup Ventures, que monitoriza os prazos de entrega de produtos da Apple. E a Apple já veio dizer que a falta de produtos afetará a sua receita global.

 

(Artigo original: Supplies of the Hottest Smartphones Could Soon Run Out)

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