A ligação "onshore" do cabo submarino transatlântico EllaLink ao mega centro de dados Start Campus, em Sines, já foi concretizada, anunciou a EllalLink, empresa com sede na Irlanda. 

O cabo EllaLink liga a Europa à América do Sul e disponibiliza conectividade de baixa latência entre os dois continentes, devendo ainda ser expandido até à Guiana Francesa.

"Estamos muito entusiasmados com a expansão da nossa rede ao Start Campus", refere Diego Matas, "chief operations officer" (COO) da EllaLink, citado em comunicado. 

O projeto do mega centro de dados Start Campus tem um investimento global estimado em 8,5 mil milhões de euros, instalando em Portugal um dos maiores e mais sustentáveis campus de centros de dados.

Após ter estado no centro da polémica em torno do chamado "diploma do bar aberto", que motivou buscas no âmbito da Operação Influencer, a investigação que fez vários arguidos, incluindo o ex-chefe de gabinete do então primeiro-ministro. António Costa demitiu-se após o Ministério Público informar que o chefe do Executivo era alvo de uma investigação autónoma.

Em finais de agosto, a REN deu "luz verde" à Start Campus para mais do que duplicar a capacidade de ligação à rede do mega centro de dados em Sines. A fasquia vai aumentar de 495 MW para 1,2 GW.

Quase em simultâneo com a autorização da REN, a Start Campus anunciou um investimento de 20 milhões de euros na compra, à Siemens, de transformadores para alimentar o desenvolvimento do projeto, que prevê a construção de seis edifícios.

Aqueles equipamentos irão "apoiar a construção e adaptação do segundo edifício do data center", sendo uma peça importante na missão de cumprir o calendário previsto, que aponta para que este edifício esteja concluído em 2026. A totalidade do projeto deverá estar funcional em 2028.

Já em setembro, foi anunciado que a DE-CIX, especializada na operação de pontos de troca de tráfego de Internet, reforçou as operações em Portugal tendo começado a disponibilizar os seus serviços no Data Center de Sines.

A companhia tem um novo CEO, Rob Dunn, desde julho, após a demissão do anterior, Afonso Salema, que foi constituído arguido na Operação Influencer.

A Start Campus, que tem como acionistas os fundos Davidson Kempner (EUA) e Pioneer Point Partners (Reino Unido), prevê atingir 300 milhões de euros de investimento no projeto até ao final do ano, e duplicar esse valor no próximo.

O reforço da capacidade poderá, além disso, levar a que o investimento global, que de início foi estimado em 3,5 mil milhões de euros, ultrapasse este valor.