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SoftBank quer comprar participação na Uber com desconto

O nipónico Softbank e os seus parceiros pretendem gastar mais de 6 mil milhões de dólares numa participação na Uber. Com este investimento a empresa de transporte ficaria avaliada em 48 mil milhões de dólares, cerca de 30% menos do que o obtido na última avaliação.

Reuters
28 de Novembro de 2017 às 11:17
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O japonês SoftBank e um grupo de investidores estão a tentar comprar uma participação na Uber com um desconto significativo, depois de, em meados deste mês a companhia liderada por Dara Khosrowshahi ter emitido um comunicado no qual dizia que tinha sido alcançado um "acordo com um consórcio liderado pelo SoftBank e pelo Dragoneer sobre um potencial investimento". Segundo avança a Bloomberg esta terça-feira, o Softbank e os seus parceiros, incluindo a empresa de investimento Dragoneer, pretendem investir mais de 6 mil milhões de dólares para adquirir uma participação na tecnológica fundada por Travis Kalanick.

Um investimento desta ordem avalia a empresa em cerca de 48 mil milhões de dólares. A questão é que esta avaliação fica cerca de 30% abaixo da avaliação que a Uber tinha aquando do levantamento da última ronda de financiamento, segundo fontes da agência de informação.

Caso o SoftBank e os seus parceiros venham mesmo a investir na Uber, nas mãos destes vão ficar cerca de 14% das acções que já são detidas por investidores da companhia. A aquisição deste capital, além do investimento directo adicional de mil milhões de dólares que pretendem fazer, torna estes investidores num dos maiores accionistas da Uber.

Obter este financiamento para a plataforma de transportes tem sido uma das prioridades para o actual CEO da tecnológica. Dara Khosrowshahi entende, segundo a mesma publicação, que a entrada destes accionistas é uma oportunidade para encerrar algumas brechas existentes e para a empresa obter um aliado poderoso.

 

2017: ano de escândalos, trocas de cadeiras e perda de licenças

Para a Uber, este ano de 2017 talvez não vá ser recordado com saudade. A empresa fundada por Travis Kalanick fez correr muita tinta nos jornais. E nem sempre pelos bons motivos.

Logo no início do ano, em Janeiro, a Uber viu-se envolvida em polémica. Os taxistas no aeroporto nova-iorquino JFK contestavam uma ordem executiva de Trump, que proibia a entrada de cidadãos de sete países maioritariamente muçulmanos em território norte-americano. A Uber anunciou pouco depois do fim da paragem dos taxistas que tinha desligado a função que aumenta o preço em alturas de elevada procura, o que levou várias pessoas a consideraram que a posição da Uber reflectia uma tentativa de atrair mais oportunidades de negócio.

Em Fevereiro, uma antiga engenheira da Uber, Susan Fowler, denunciou publicamente que o seu chefe a tinha assediado sexualmente. A queixa aos recursos humanos da companhia não deu em nada, pois o gestor em causa tinha excelentes resultados. As denúncias de Susan Fowler levaram outros empregados da Uber a avançar com queixas contra a empresa, sobretudo por discriminação. Há também relatos de que as tentativas para diversificar a força de trabalho da Uber foram travadas pelo próprio Kalanick e várias outras notícias que mostram que a empresa discriminava vários dos seus trabalhadores.  

Alguns meses depois, em meados de Junho Kalanick anunciava que ia deixar a Uber por tempo indeterminado, e com uma licença sem vencimento. Na altura, a companhia enfrentava também um processo judicial da casa-mãe da Google, a Alphabet, por alegado roubo de informações sobre a produção de carros autónomos; investigações às suas operações de negócios; e depois de ter admitido a retenção, ao longo de mais de dois anos, de dezenas de milhões de dólares pertencentes a condutores seus em Nova Iorque.

Poucos dias depois, Travis Kalanick demitiu-se do cargo de CEO da Uber, por pressão dos accionistas. No final de Agosto e depois de vários nomes terem surgido na imprensa como possíveis candidatos à liderança da Uber, o escolhido para sucessor de Kalanick foi Dara Khosrowshahi, até então líder do site de viagens Expedia.

Menos de um mês depois desta escolha, o novo CEO da Uber enfrentava já novos problemas. Desta vez na Europa. As autoridades britânicas decidiram não renovar a licença da Uber para operar na capital britânica. A licença que a Uber tinha na altura estava válida apenas até ao final de Setembro, mas como a empresa interpôs recurso pode continuar as operações em Londres até que esses recursos estejam esgotados. Uma batalha legal que ainda não terminou.

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