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Reforma fiscal nos EUA pode dar benefício de até 47 mil milhões à Apple

Tendo em conta as alterações previstas nos impostos cobrados aos lucros obtidos fora dos Estados Unidos, a Apple é a principal beneficiada com a reforma fiscal de Trump.

Reuters
06 de Dezembro de 2017 às 10:59
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A Apple pode beneficiar de uma redução de impostos de até 47 mil milhões de dólares (39,7 mil milhões de dólares) caso a reforma fiscal nos Estados Unidos seja implementada nos moldes em que foi aprovada no Senado e na Câmara dos Representantes.

 

Este valor resulta dos cálculos efectuados pelo Financial Times com a ajuda de especialistas e traduz sobretudo a alteração na modalidade de cobrança de impostos aos lucros obtidos pelas multinacionais norte-americanas fora do país, que são estimados em 1,3 biliões de dólares.

 

A fabricante do iPhone é de longe a empresa dos Estados Unidos com mais lucros estacionados no exterior: 252 mil milhões de dólares, o que corresponde a cerca de 20% do total das multinacionais norte-americanas. A Microsoft é a segunda, com quase metade deste total (132 mil milhões de dólares).

 

A proposta dos republicanos passa por taxar estes lucros acumulados a uma taxa de 14,5%, mesmo que este dinheiro não seja repatriado para os Estados Unidos. Esta modalidade compara com a actual, que implicaria aplicar a taxa de IRC de 35% a este montante, mas apenas nos casos em que as empresas façam regressar o dinheiro obtido no exterior para os Estados Unidos.

 

Se optasse por trazer hoje todo o dinheiro que tem no exterior, a Apple enfrentava uma factura fiscal de 78,6 mil milhões de dólares (66,3 mil milhões de euros) Contudo, a fabricante do iPhone poderia sempre optar por nunca fazer esse repatriamento de capitais e assim evitar o pagamento de impostos.

 

No regime que poderá entrar em vigor com a reforma fiscal, a Apple enfrenta uma factura de 31,4 mil milhões de dólares. Um montante que até pode descer para 29,3 mil milhões de dólares caso a Apple perca o caso imposto por Bruxelas, para o pagamento de 13 mil milhões de euros de impostos na Irlanda.  

 

O benefício potencial de 47 mil milhões de dólares resulta da diferença entre estes dois valores (78,6 e 31,4 mil milhões de dólares) e corresponde a mais de um ano de lucros da Apple.

 

Para fazer face a estes cenários de pagamentos de impostos em atraso, a Apple já fez uma provisão nas suas contas no passado, num total de 36,4 mil milhões de dólares. A empresa liderada por Tim Cook tem dado indicações ao mercado de que pretende trazer para os Estados Unidos cerca de metade do dinheiro que acumulou no exterior.

    

Contudo, de acordo como FT, os gestores da Apple não têm escondido que podem aproveitar a reforma fiscal para aumentar o valor que pretendem faze regressar aos EUA, que poderá depois ser utilizado para várias operações, como melhorar a estrutura de capital e recomprar um maior volume de acções da cotada.

 

Como lembra o FT, a taxa que será aplicada ao repatriamento de capitais é bastante mais favorável que a actual, mas é superior à primeira proposta do presidente dos Estados Unidos (10%). Com esta taxa, a factura fiscal da Apple seria 12,5 mil milhões de dólares ainda mais baixa.

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