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Realidade aumentada é próxima grande novidade da Apple
O mercado mundial para produtos de realidade aumentada deverá crescer 80% até 2024, para 165 mil milhões de dólares, segundo estimativas.
Tim Cook elogiou diversas tecnologias desde que se tornou CEO da Apple, em 2011. Veículos autónomos. Inteligência artificial. Televisão via streaming. Mas nenhuma tecnologia o deixou tão entusiasmado quanto a realidade aumentada, que sobrepõe imagens, vídeos e jogos no mundo real. Cook comparou o potencial revolucionário da realidade aumentada (RA) ao do "smartphone". Cook disse no ano passado que, a determinada altura, todos nós "teremos experiências de RA todos os dias, será quase como fazer três refeições diárias. A realidade aumentada vai tornar-se uma parte muito grande de nós."
Investidores, impacientes sobre a próxima descoberta da Apple, ficarão felizes por saber que Cook está a levar a RA muito a sério. Fontes próximas dos planos da companhia afirmam que a Apple embarcou numa aposta ambiciosa para levar essa tecnologia às massas — uma iniciativa que Cook e a sua equipa consideram o melhor caminho para que a companhia consiga dominar a próxima geração de aparelhos e manter as pessoas fiéis ao seu ecossistema.
A Apple montou uma equipa que alia a força dos seus veteranos de "hardware" e "software" com os conhecimentos de talentosos profissionais fora da empresa, revelaram fontes que pediram o anonimato por estarem a falar sobre estratégias internas. Liderado por um ex-executivo da Dolby Laboratories, o grupo inclui engenheiros que trabalharam nos "headsets" de realidade virtual Oculus e HoloLens, vendidos pelo Facebook e pela Microsoft, e também génios dos efeitos visuais de Hollywood. Além disso, a Apple adquiriu diversas firmas de pequena dimensão com conhecimento em "hardware" de RA, jogos 3D e software de realidade virtual.
A Apple está a trabalhar em diversos produtos de RA, como óculos digitais que poderiam conectar-se remotamente a um iPhone e transmitir conteúdos — filmes, mapas e muito mais — ao utilizador, tal como a Bloomberg já tinha noticiado. Embora falte muito tempo para que esses óculos estejam prontos a usar, os recursos de RA podem aparecer no iPhone mais cedo.
Contactada, a Apple preferiu não comentar.
Este é um momento auspicioso para a Apple apostar na realidade aumentada. O mercado mundial para produtos de RA deverá crescer 80% até 2024, para 165 mil milhões de dólares (153 mil milhões de euros), de acordo com a empresa Global Market Insights. Mas, na verdade, a Apple não tem outra opção, considera Gene Munster, sócio fundador da Loup Ventures que seguiu a companhia durante vários anos como analista. Com o tempo, segundo Munster, os aparelhos de RA vão substituir o iPhone. "Trata-se de algo que a Apple precisa de fazer para continuar a crescer", disse, "e se defender da mudança da forma como as pessoas usam o hardware".
A realidade aumentada é uma prima menos famosa da realidade virtual. A RV chama mais atenção porque envolve completamente os utilizadores num mundo artificial e tem um apelo óbvio para quem gosta de videojogos. Até o momento, no entanto, "headsets" como Oculus e HoloLens são produtos de nicho e não do mercado massivo. A Apple acredita que será mais fácil vender a RA porque esta tecnologia é menos invasiva. Referindo-se aos headsets de RV, Cook disse no ano passado que achava que poucas pessoas iam querer "fechar-se em algo".