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Primavera factura 22 milhões e vai contratar 70 pessoas
A tecnológica Primavera BSS, que gera mais de um terço da facturação nos mercados internacionais, emprega cerca de 300 pessoas, das quais 232 em Portugal, e prevê contratar mais sete dezenas este ano.
Nasceu em Braga, em 1993, com o objectivo de disponibilizar ao mercado um software de gestão para ambiente Windows. "Numa época em que o mercado nacional não utilizava este sistema operativo e, mesmo noutros países europeus, a implementação era quase inexistente, esta foi uma decisão disruptiva, que deu origem àquele que viria a ser o primeiro produto Windows para profissionais de contabilidade, o Contalib", recorda José Dionísio, co-CEO da Primavera BSS (Business Software Solutions), em entrevista ao Negócios.
Esta aplicação, que foi produzida "em apenas quatro meses, na casa do Jorge Batista", o outro co-CEO e sócio de José Dionísio, "viria a ser um grande ‘bestseller’ e o pontapé de saída para um futuro que foi de crescimento contínuo".
A "software house" bracarense fechou o último exercício com "um volume de negócios de mais de 22 milhões, correspondentes a um crescimento de 12% face ao ano anterior", com o exterior "a representar 35% do total, sendo Angola o principal mercado de vendas internacionais do grupo".
Já o exercício em curso "está a correr bem e dentro das expectativas", prevendo um crescimento da facturação da ordem dos 10%.
José Dionísio aponta como "produtos-estrela da Primavera as soluções de ERP [Enterprise Resource Planning], assim como algumas soluções verticais como a solução de gestão da manutenção de activos, o Valuekeep", e "a plataforma ‘low-code’ que permite criar aplicações de gestão em poucos dias, a ‘Omnia Plataform’".
O empresário destaca as vendas da oferta "cloud", que "estão a crescer substancialmente". O seu valor "de partida foi baixo, ainda assim, nos últimos três anos as vendas de soluções ‘cloud’ passaram de um peso de 1% para se estar a aproximar dos 8% sobre o volume global de negócios da empresa", enfatiza.
De resto, perspectiva, "o crescimento, a partir de agora, parece ser ‘logarítmico’, pelo que a substituição de soluções ‘on-premises’ por soluções ‘cloud’ ou híbridas nos próximos três anos será muito significativa".
Apesar de os novos investimentos previstos pela Primavera estarem "neste momento a ser traçados no âmbito do Plano Estratégico 2019-2021, pelo que ainda não é o momento certo para avançar com essa informação", José Dionísio adianta a existência de "um investimento superior a um milhão de euros na versão 10" dos produtos da companhia com tecnologia base Windows.
Empregando cerca de três centenas de pessoas, das quais 232 em Portugal, a tecnológica bracarense prevê aumentar o seu quadro de pessoal ao longo deste ano. "Em 2018, a Primavera deverá recrutar cerca de 70 novos funcionários", revela o co-CEO da companhia.
"O sector das tecnologias da informação está a atravessar uma fase de elevada dinâmica", sinaliza, pelo que, garante, "após substituição de saídas, vamos aumentar o número de efectivos em 30 pessoas".
O capital da Primavera é detido em 94% pelos seus fundadores, José Dionísio e Jorge Batista, estando os restantes 6% nas mãos de um conjunto de quadros da empresa.