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"Precisamos de tempos de decisão mais rápidos" no PRR, afirma Pedro Dominguinhos

O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) apela a que não se perca tempo com burocracias. Presidente da Confederação Empresarial de Portugal defende que há diferença de tratamento entre setor público e privado.

Pedro Dominguinhos está “convencido” de que vão existir projetos que vão ter de devolver dinheiro recebido.
Sérgio Lemos
10 de Maio de 2023 às 11:30
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O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Pedro Dominguinhos, afirmou que "é necessário acelerar o processo" de execução dos fundos europeus. "Precisamos de tempos de decisão mais rápidos e uma maior articulação entre os diferentes organismos públicos", defendeu, no 32.º Congresso da APDC, que decorre desde terça-feira. 

O responsável pelo acompanhamento da execução do PRR afirma que muitos dos programas dirigidos às empresas estão selecionados e alinhados com as necessidades, "no entanto, falta a concretização no terreno para que as empresas possam começar a executar estes planos". 

"Colocar os programas no terreno é o desafio maior", sublinhou, lembrando que "algumas das metas e marcos são profundamente exigentes no tempo". 

Apelou ainda a que "não se perca tempo em burocracias". "Temos que perceber aquilo que não faz sentido e em que estamos a perder tempo a trabalhar uns para os outros e não para os projetos. Não vale a pena preocupar-nos apenas com a execução financeira, temos de nos preocupar em executar com qualidade o PRR", concluiu.

O montante total do PRR português é de 16,6 mil milhões de euros, mas deverá em breve passar para mais de 20 mil milhões, afirmou Pedro Dominguinhos, alertando que isto "significa aumentar a capacidade de executar".

Num painel que se seguiu ao discurso de Pedro Dominguinhos, dedicado a como está o PRR a transformar o panorama digital no país, Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), diz que o PRR careceu de "falta de ambição" desde o início e defendeu que há diferença de tratamento entre setor público e privado.

"Há entidades portuguesas em que se confia, e estas estão na Administração Pública, e há entidades em que não se confia, que estão na esfera privada", afirmou, acrescentando que "há uma esfera em que o PRR se executa mais rápido", referindo-se ao setor público.

Armindo Monteiro afirmou que a angústia da CIP "é que este dinheiro não esteja a ser colocado de forma a ter uma economia forte". Admitiu, contudo, que da parte das empresas privadas também não está a ser feito tudo o que seria possível fazer, justificando a atitude, em parte, com "problemas de escala". 

E os problemas em território nacional são semelhantes aos que Espanha enfrenta, afirmou Victor Calvo-Sotelo, diretor-geral da DigitalES, também presente no debate. Em entrevista ao Negócios, o responsável pela associação espanhola assumiu que o principal desafio no país vizinho é fazer chegar o dinheiro às empresas.
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