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Oracle promete concorrência "agressiva" à Amazon

"Coexistência" é a nova palavra de ordem da Oracle para a estratégia para a "cloud". Junta-se à noção de compatibilidade e promete dar luta aos restantes players mundiais.

Reuters
19 de Setembro de 2016 às 13:01
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Amazon foi o nome mais citado, depois de Oracle, na apresentação de abertura do Larry Ellison (na foto), este domingo, 18 de Setembro, no Moscone Center, na cidade norte-americana de São Francisco. "Vou falar muito deles hoje e na terça-feira", avisou desde logo a audiência.

 

O milionário fundador da Oracle, hoje com as funções de presidente executivo, mas sobretudo de líder tecnológico da companhia, até admitiu que tinha "respeito" pelo que a companhia de Jeff Bezos conseguiu até agora. Nomeadamente na área de integração de servidores e computadores em rede na nuvem ("cloud"). Mas "a folga da Amazon acabou", avisou o septuagenário: "terão concorrência feroz e agressiva nos próximos tempos", alertou Larry Ellison, na abertura do Oracle Open World, que até quinta-feira, 22 de Setembro, reúne clientes, fornecedores, colaboradores, analistas e imprensa em São Francisco, pela 20ª edição.


Se até agora a tónica fora dada à compatibilidade do software (SaaS, de "software as a service") com as plataformas (PaaS, de "Platform as a service") da oferta da Oracle fornecidos sob licença (com custo mais elevado, pago à cabeça, mas uma só vez) e os fornecidos através da "cloud" (receita muito mais reduzida, mas com potencial de fidelização e de complementaridade com outros serviços), a companhia norte-americana, garante o seu fundador, está pronta a dar próximo passo.

Ciente que a "coexistência" entre produtos e serviços licenciados, por um lado, e a oferta através da "cloud", por outro, irá durar uma década, pelo menos, Larry Ellison quer apressar a migração do portefólio da Oracle na área das infra-estruturas (IaaS, de "Infrastructure as a service").

 

"Agora nós estamos a mudar agressivamente para a área de infra-estruturas". E aí, argumentou, a Oracle tem "vantagens tecnológicas sobre a Amazon", que está "só na cloud", e cuja gestão de base de dados Redshift, "não corre" em qualquer sistema, argumentou.


A Amazon é, em conjunto com a Microsoft, IBM, Google, Workday e Salesforce, um dos maiores grupos a oferecer às empresas serviços que possibilitam alojar na "nuvem" bases de dados, libertando-as de encargos com a gestão de centros de dados.

Ellison ocupou então uma parte substancial da sua comunicação de mais de uma hora a apresentar a nova gama de oferta da Oracle e até quantificou um exemplo: no caso da Exdata Express Cloud Service, disponível a partir desta semana, o pagamento, que qualificou de "low cost" é de 175 dólares por mês.

Neste processo de coexistência entre a venda de software licenciado e o fornecimento de serviços, plataformas e infra-estruturas digitais através da nuvem, a segurança "pode ser a coisa mais importante na migração para a 'cloud'", alertou. E, por isso, enquanto espera pela formalização de compra da Netsuite (por 9,3 mil milhões de dólares), a Oracle decidiu adquirir a Palerra, anunciou publicamente o "chairman" executivo, "para fornecer a maior segurança para a nuvem".


O tema da segurança "não tem piada", afirmou Ellison à plateia, ou não tivesse sido o "primeiro cliente" da Oracle uma agência da CIA. Mas ainda assim mereceu uma nota pessoal de Ellison: na agência de segurança dos EUA "não acham que o Snowden [Edward Snodewn, ex-CIA e NSA, que divulgou a forma como a entidade vigia os cidadãos] é um bom empregado" e a agência "não irá contratá-lo de novo".

*Jornalista em São Francisco, a convite da Oracle.

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